O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende

Como a maioria das coisas que acontecem ao longo da vida, algumas situações nos colocam diante de desafios que parecem impossíveis de resolver. Às vezes, nem conseguimos enxergar o aprendizado por trás de tudo aquilo.

O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende

Momentos assim são importantes: eles nos desafiam a sair da zona de conforto e nos convidam a exercitar valores como persistência, tolerância e resiliência.

Pensando nisso, me vem à mente um conto budista que sempre me faz refletir. É o conto dos Dois Monges e uma Mulher — e vale a leitura com carinho:

Dois monges, muito amigos, sempre cumpriam seus afazeres juntos. Seguiam com fidelidade os mandamentos da religião, e entre eles havia um que dizia: não tocar em mulheres.

Certo dia, atravessando a floresta para ir até o vilarejo comprar mantimentos, encontraram uma mulher prestes a se afogar ao tentar cruzar um rio.

Um dos monges disse:
– Não podemos ajudá-la. Fizemos o voto de não tocar em mulher nenhuma.

O outro respondeu:
– Também fizemos o voto de ajudar todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem distinção.

Sem pensar duas vezes, ele pulou no rio, colocou a mulher nas costas e a levou até a outra margem.

Seguiram então o caminho em silêncio. O monge que ajudou estava sereno. O outro, carrancudo.

Horas depois, o que não ajudou desabafou:
– Você não deveria tê-la carregado! Isso foi um erro. Ela será um peso para sua caminhada...

E o outro respondeu, com calma:
– Eu deixei a mulher na margem do rio. Quem ainda a está carregando é você.

Esse conto me toca profundamente.

Quantas vezes na vida a gente carrega fardos que já poderiam ter sido deixados para trás?
Quantas vezes nos prendemos a obstáculos ou situações que já passaram — ou que nem partem diretamente de nós — e isso nos trava, nos desgasta, nos impede de avançar?


Conto dos Dois Monges e a Mulher

Nos apegamos ao orgulho, à mágoa, à culpa, e sem perceber alimentamos um mal-estar desnecessário. Isso se reflete em nossas relações, no trabalho, e até na saúde física e emocional.

Obstáculos existem, sim. Mas às vezes, a dor não está mais no fato em si — está na forma como a gente continua carregando ele.

🌿✨

Até a próxima.
Te vejo na terapia.







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