Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.
As vezes a gente só precisa de um lugar para uma boa conversa e reflexões pertinentes.
Sacudindo a poeira: recomeços, autocuidado e escuta de si
Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.
Nº IV - Entre Sessões e Silêncios: Entre uma Neosa e uma verdade difícil
Sobrecarga foi o tema conversado, e as consequências disso. Seria de trabalho? De decisões tomadas? De tentativas constante de manter tudo sob controle? Ou até de todas as opções anteriores.
E ela decidiu: vai agarrá-las pelas barbas.
Se adaptar às mudanças sem pirar: Dicas da TCC
A vida tá sempre mudando, e nem sempre essas mudanças vêm de forma tranquila. Se adaptar pode ser difícil e, muitas vezes, gera muita ansiedade. Mas dá pra aprender a lidar melhor com isso, acredite se quiser. Escolhi escrever hoje, sobre como a psicoterapia baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode te ajudar a encarar as mudanças sem tanto estresse. Mas primeiro...
O que é Adaptabilidade e Por que isso é importante?
Ser adaptável é basicamente conseguir lidar com novas situações, da melhor maneira dentro da sua possibilidade, sem sofrer tanto. Como o mundo tá sempre mudando, essa habilidade faz toda a diferença - que também tá junto com a resiliência mas aí é outro papo-. Se a gente tem dificuldade pra se adaptar, acabamos sentindo mais insegurança, estresse e ansiedade.
Ansiedade e Dificuldade de Mudança: Qual a Relação?
Sentir ansiedade quando algo muda é super normal. O problema é quando esse medo atrapalha sua vida. Alguns sinais de que a ansiedade tá pegando pesado:
Pensar no pior cenário sempre;
Medo de sair da zona de conforto;
Procrastinar mudanças importantes;
Ter sintomas físicos, como tensão muscular e insônia;
A boa notícia? A TCC tem ferramentas bem práticas pra te ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar sua capacidade de adaptação.
Seguem as dicas:
A TCC mostra que nossos pensamentos influenciam como nos sentimos e agimos. Com algumas mudanças na forma de pensar, dá pra enfrentar as mudanças de um jeito mais tranquilo. Olha só:
1. Mudança de pensamento
A famosa reestruturação cognitiva te ajuda a transformar pensamentos negativos em algo mais realista. Por exemplo:
Pensamento inicial: "Não vou conseguir lidar com essa mudança."
Pensamento ajustado: "Vai ser um desafio, mas posso aprender a lidar."
2. Enfrente o Medo aos Poucos
Se esconder das mudanças só aumenta o medo. A ideia aqui é ir se expondo aos poucos, pra mostrar pro seu cérebro que você consegue lidar com isso.
3. Respira Fundo e Relaxa
Técnicas como mindfulness, relaxamento muscular progressivo e exercícios de respiração ajudam a manter a calma e a clareza para encarar as mudanças.
4. Planeje e Siga no seu ritmo
Quebrar grandes desafios em pequenas metas faz tudo parecer menos assustador. Cada pequena conquista te dá mais confiança pra seguir em frente.
5. Seja gentil com você mesmo
Mudanças não são fáceis e tá tudo bem não acertar de primeira. Se tratar com mais paciência e aceitação ajuda muito nesse processo. Quando perceber que está difícil abrace alguém por mais de 30 segundos, ou abrace um travesseiro pelo mesmo tempo e sinta o acolhimento.
Saber se adaptar é essencial pra ter uma vida mais leve, se a ansiedade tá te travando, buscar ajuda profissional pode ser um ótimo passo pra melhorar seu bem-estar.
Nº III - Entre Sessões e Silêncios: O Encontro com a Vulnerabilidade
Mais uma sessão de terapia, mais um questionamento que insiste em ecoar na mente, como se fosse um sussurro que nunca se cala. Uma conversa densa, tensa e profunda. Retrospectivas se desenrolaram como filmes antigos, ciclos finalmente foram entendidos e, assim, teve início o doloroso e libertador processo de encerrá-los. Quantas vezes esse cenário se repetiu? Quantas vezes a vida foi ressignificada, não apenas pelos aprendizados obtidos, mas pela coragem de mudar o modo de enxergá-la?
A Constância na Maternidade: Entre o Luto, a Ansiedade e o Recomeço
Depois que escolhi passar pelo processo da maternidade e de me reconhecer como uma nova mulher, uma coisa que mudou de forma radical — e que ainda estou elaborando — foi a minha constância. Sempre fui o tipo de pessoa que buscava manter a rotina em dia e as atividades em ordem de prioridade. Acredito que isso se relaciona com a minha necessidade de controle, que me fazia sentir mais confortável diante das situações. Lidar com essa mudança também trouxe sentimentos que se assemelham ao luto.
A rotina de um bebê é, em muitos momentos, regrada: horários para se alimentar, trocar fraldas, brincar, dormir... E ainda surgem novas demandas com o desenvolvimento, como vigiar riscos pela casa, objetos perigosos ou pequenos, e outras situações típicas de cada fase. Além disso, há os dias em que adoecem e querem apenas colo.
Conciliar a nossa rotina com a rotina do bebê exige abrir mão de algumas prioridades pessoais para atender às necessidades dele. Afinal, ele ainda não tem autonomia para fazer muitas coisas sozinho, como comer ou se vestir. Essa conciliação afeta diretamente a constância: mantemos disciplina com a rotina do bebê, mas esquecemos da nossa como mulheres.
E pensa… Para quem sempre teve uma rotina organizada, mudar as prioridades foi desafiador. A cobrança externa continua vindo, e com ela cresce também a autocobrança. Adaptar-se a isso virou um exercício contínuo de honestidade comigo mesma — e de enfrentamento da ansiedade.
Sim, enfrentamento de ansiedade. Quando entramos nesse ciclo, tendemos a evitar situações que a disparam. Podemos procrastinar ou até paralisar, e isso impacta todas as áreas da vida. E quando trazemos isso à consciência, vêm as perguntas: “Por que tenho que ser assim?” ou “Onde eu estava com a cabeça para agir assim?”.E o que mais acontece? Programo meu dia com base no anterior, mas minha filha acorda com uma nova demanda. Aí não consigo fazer o que planejei, me cobro, ouço cobranças, e vem a ansiedade. Me sinto frustrada por “falhar” no plano e, para não sentir isso de novo, evito repetir as tentativas. Cansaço e frustração somam forças. Acredito que muitos cuidadores diretos de bebês passem por isso.
Lidar com tudo isso é exaustivo. E há dias em que não damos conta — e tudo bem! Seja eu, ou qualquer outra mãe e pai passando por isso: tudo bem precisar parar e descansar. Somos humanos. Adaptar nossa constância à nova rotina é desafiador, mas não impossível. Gestão de tempo e produtividade também precisam de energia para acontecer.
Lembremos de dar o nosso melhor dentro da nossa realidade, usar nossos talentos a nosso favor e viver no presente. A vida é um presente. O passado é uma foto, e o futuro… a Deus pertence.
Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋
O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende
Momentos assim são importantes: eles nos desafiam a sair da zona de conforto e nos convidam a exercitar valores como persistência, tolerância e resiliência.
Pensando nisso, me vem à mente um conto budista que sempre me faz refletir. É o conto dos Dois Monges e uma Mulher — e vale a leitura com carinho:
Dois monges, muito amigos, sempre cumpriam seus afazeres juntos. Seguiam com fidelidade os mandamentos da religião, e entre eles havia um que dizia: não tocar em mulheres.
Certo dia, atravessando a floresta para ir até o vilarejo comprar mantimentos, encontraram uma mulher prestes a se afogar ao tentar cruzar um rio.
Um dos monges disse:
– Não podemos ajudá-la. Fizemos o voto de não tocar em mulher nenhuma.
O outro respondeu:
– Também fizemos o voto de ajudar todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem distinção.
Sem pensar duas vezes, ele pulou no rio, colocou a mulher nas costas e a levou até a outra margem.
Seguiram então o caminho em silêncio. O monge que ajudou estava sereno. O outro, carrancudo.
Horas depois, o que não ajudou desabafou:
– Você não deveria tê-la carregado! Isso foi um erro. Ela será um peso para sua caminhada...
E o outro respondeu, com calma:
– Eu deixei a mulher na margem do rio. Quem ainda a está carregando é você.
Esse conto me toca profundamente.
Quantas vezes na vida a gente carrega fardos que já poderiam ter sido deixados para trás?
Quantas vezes nos prendemos a obstáculos ou situações que já passaram — ou que nem partem diretamente de nós — e isso nos trava, nos desgasta, nos impede de avançar?
Nos apegamos ao orgulho, à mágoa, à culpa, e sem perceber alimentamos um mal-estar desnecessário. Isso se reflete em nossas relações, no trabalho, e até na saúde física e emocional.
Obstáculos existem, sim. Mas às vezes, a dor não está mais no fato em si — está na forma como a gente continua carregando ele.
🌿✨
Até a próxima.
Te vejo na terapia.
O Conto da Princesa Kaguya: uma reflexão sobre autenticidade e o valor da vida
Uma história linda, que nos faz pensar em muitas coisas... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, as pessoas e suas qualidades, os animais, as plantas, as estações do ano — tudo com autenticidade. E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras. Simples como uma flor que nasce no pasto: inocente.
Essa foi minha experiência assistindo ao filme O Conto da Princesa Kaguya, de Isao Takahata.
Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor Longa-Metragem, é uma produção do Studio Ghibli — um dos meus favoritos não só pela qualidade visual, mas pelas lições que os roteiros nos oferecem de forma delicada e profunda.
Quando vi a história, me identifiquei demais. Percebi que um dos meus maiores desejos — e acredito que seja o de muitas pessoas — é poder viver com liberdade para ser quem sou, valorizando cada pequeno milagre do dia a dia. Amar e ser amada, sem temer a incerteza. Fazer parte da dádiva da vida com consciência de que cada momento é único e precioso.
Senti vontade de sair por aí dizendo às pessoas que amo o quanto sou grata por elas existirem, por cuidarem de mim e me aceitarem. Vontade de mostrar como a vida é bonita. E de reforçar que felicidade não precisa de riqueza, mas de presença.
Mas sabemos que nem sempre podemos ser assim tão livres — o mundo julga, silencia, limita. Como Kaguya, também somos muitas vezes empurradas para formas e papéis que não escolhemos. Vivemos em um contexto onde o que temos parece valer mais do que o que somos. E o Ser vai sendo engolido pelo Ter...
No entanto, acredito nas novas gerações. Acredito que a geração da minha filha e as que vieram pouco antes dela vão nos ajudar a resgatar valores esquecidos. A brincar de novo, a viver com mais leveza e verdade, a enxergar a beleza das pequenas coisas.
Filmes como esse me fazem pensar: que tipo de futuro quero para minha filha? Estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo? Estou ajudando-a a florescer ou apenas a se encaixar?
Reflexões assim são potentes e transformadoras — e ótimos assuntos para levar para a terapia.
✨ Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋
Raiva que te quero bem
O acolhimento e o reconhecimento da raiva são aspectos essenciais para a saúde emocional e mental. Vamos conversar um pouco sobre a importância de entender e lidar com a raiva de forma saudável, destacando os benefícios que essa prática pode trazer para o bem-estar geral.
Por que é importante acolher e reconhecer a raiva? A raiva é uma emoção natural e inevitável que todos experimentamos em algum momento na vida. No entanto, muitas pessoas tendem a reprimir ou ignorar essa emoção devido a preconceitos sociais, medo de confronto ou medo do julgamento. Isso pode levar a consequências negativas para a saúde mental, como estresse crônico, ansiedade e problemas nos relacionamentos. Ao acolher e reconhecer a raiva, permitimos a nós mesmos sentir e expressar essa emoção de maneira saudável, o que pode levar a uma melhor compreensão de nós mesmos e dos outros.
Benefícios do acolhimento da raiva:- Autoconhecimento: Reconhecer a raiva pode oferecer insights valiosos sobre nossos sentimentos, necessidades e limites pessoais, nos ajudando a desenvolver uma maior consciência emocional e a tomar decisões mais conscientes em nossas vidas.
- Redução do estresse: Suprimir a raiva pode levar ao acúmulo de estresse e tensão emocional. Ao permitir-se sentir e expressar a raiva de maneira saudável, podemos liberar essa energia negativa e reduzir os níveis de estresse em nosso corpo e mente.
- Melhoria dos relacionamentos: A raiva reprimida pode causar ressentimento e conflito nos relacionamentos. Ao comunicar nossas preocupações e limites de maneira assertiva, podemos promover uma comunicação mais aberta e construtiva com os outros, fortalecendo os laços interpessoais.
- Empoderamento pessoal: Lidar com a raiva de forma construtiva nos dá um senso de controle sobre nossas emoções e comportamentos. Isso nos permite enfrentar desafios de maneira mais eficaz e tomar medidas para proteger nosso bem-estar emocional e saúde mental.
- Crescimento emocional: Enfrentar e superar a raiva pode ser uma oportunidade para o crescimento pessoal e o desenvolvimento emocional, pois ao aprender a lidar com a raiva de maneira saudável, podemos fortalecer nossa resiliência emocional e cultivar relacionamentos mais gratificantes e satisfatórios.
- Reconheça e valide seus sentimentos de raiva, sem julgamento.
- Encontre maneiras saudáveis de expressar a raiva, como conversar com um amigo de confiança, praticar exercícios físicos ou escrever em um diário.
- Desenvolva habilidades de comunicação assertiva para expressar suas preocupações e limites de maneira clara e respeitosa.
- Pratique a auto-compaixão e o perdão, tanto para si mesmo quanto para os outros, como parte do processo de acolhimento da raiva.
Nem sempre é fácil, e muito menos simples, mas jamais será impossível.