Mostrando postagens com marcador Autoeficácia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Autoeficácia. Mostrar todas as postagens

Inflexibilidade e a Pausa Positiva

Quem nunca em algum momento da vida se percebeu agindo com Inflexibilidade quanto a mudança de opinião ou de hábito ou o que quer que seja. Quando algo envolve algum valor pessoal a sensação que temos que fica ainda mais sofrido alterar as formas que vemos e pensamos. E penso ainda mais que, quanto mais valor envolvido - seja sobre honestidade, sinceridade e afins -, mais difícil de explicar fica e fica mais difícil manter o controle emocional. 


Há um ditado Árabe que diz - A beleza que você vê nas coisas, é o reflexo da beleza que existe dentro de você -, e fazendo uma analogia a ele, a forma que vemos o mundo é a forma que vemos nós mesmo. Muitos dos pensamentos que surgem com a Inflexibilidade, podem estar diretamente ligados a como fomos ensinados sobre cometer erros. Com a necessidade de tudo ser perfeito ou seguir uma linha lógica de ações bem direcionados e calculados, agimos de maneira Inflexível.

Situações assim gosto de sugerir a Pausa Positiva, essa ferramenta é importante para evitar maiores conflitos e discussões onde o resultado quase sempre é negativo. Com o objetivo de direcionar o foco na solução e não no problema, além de dar um tempo para abaixar os ânimos e pensarmos antes de tomar qualquer atitude. 


Utilizo muito a Pausa Positiva em situações em que estou mais cansada e reativa, costumo sair do local onde é o foco, ou costumo falar que preciso de um tempo em silêncio para elaborar a situação para pensar em soluções e sanar a questão que for. Pois fazendo isso, evito tomas alguma atitude com raiva ou falar algo que vá me trazer consequências no futuro. 

A inflexibilidade, pode se enquadrar em um Esquema de inflexibilidade que foi construído na nossa infância e sustentado com nosso dia a dia, e muitas vezes está atrelado a outros esquemas de pensamento e crenças. E perceber isso pode ser um pouco difícil se feito sem o auxílio da psicoterapia, olhar para si e refletir sobre isso pode ser uma aventura desafiadora mas esclarecedora. 


Decidi escrever sobre isso pois vivenciei uma situação em que precisei lidar com a Inflexibilidade em mim. Hoje sou mais consciente do meu padrão inflexível e dificuldade em lidar com ele em alguns momentos, compreendo que ele faz parte de mim, para muitas coisas ele me trouxe excelentes resultados, por eu sempre presar e agir com excelência em tudo que faço para ter o mínimo de erros. Entendo que posso ser muito exigente com as pessoas a minha volta por isso, mas percebo quando estou me deixando levar demais, paro, respiro e começo de novo. 

Consciente disso, percebo a dificuldade que é conviver com a Inflexibilidade, tanto por parte de quem age assim, quanto em precisar lidar com alguém assim. A Pausa Positiva me ajuda muito, principalmente pelo fato de que quando eu preciso de mudar uma atitude ou tarefa que sei que terá um resultado negativo para mim. A maturidade em saber que é preciso fazer o que precisa ser feito é construída ainda mais em momentos assim. 

Já passou por alguma situação onde precisou lidar com sua Inflexibilidade?

Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋 


Identificações

Uma história linda, que nos faz pensar muitas coisas junto com ela... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, valorizando as pessoas, suas qualidades e sua humanidade, valorizando os animais, as plantas, estações do ano, com Autencidade... E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras, simples como uma flor que nasce num pasto, inocente. Essa foi minha experiência assistindo o filme - O Conto da Princesa Kaguya de Isao Takahata -.

Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor longa metragem, uma produção do Studio Ghibli, um dos meus favoritos em produções de animações japonesas, tanto pela qualidade da animação, mas principalmente pelos roteiros, com lições e mensagens implícitas fantásticas.


Quando vi a história do filme me identifiquei muito. E conclui que um dos meus maiores desejos - e acredito ser de muitos outros - é poder viver assim, sem medo de ser quem sou, valorizar cada pequeno milagre do dia a dia que Deus realiza, amar e ser amada, sem temer a incerteza, com Autenticidade... Fazendo parte da dinâmica dádiva da vida e concretizando que cada momento é único e precioso. Cheguei a me emocionar em alguns momentos do filme.

A sensação que sentir foi de uma vontade de sair e falar o quando amo as pessoas ao meu redor sem temer as lágrimas de felicidade, de falar o quanto sou grata por existirem, cuidarem de mim e me aceitarem, de mostrar pra elas a graça da vida, de concretizar ainda mais a ideia que não é preciso todo dinheiro do mundo para ser feliz, de gritar aos quatros cantos do mundo que a vida é linda e que parem de estragá-la. 

De mostrar que amar não doí - tanto a si mesmo quanto o outro - , que ser honesto não doí - tanto consigo mesmo quanto com o outro -, que pedir perdão faz bem, que se existem problemas existem soluções, de agradecer a Deus por ser saudável e poder apreciar todos esse milagres. De pular, de rir até a barriga doer, de dançar até as pernas doerem e de chorar, não de tristeza, mas de felicidade e alívio.



Mas não tenho tal liberdade integral, se eu fizesse isso possivelmente pensariam que algo estava errado... A princesa viu isso... Eu vejo isso... Vivemos num mundo onde não somente o poder aquisitivo comanda mas também a opressão quando agimos com Autenticidade, as mentiras se enraízam, somos objetos que precisam pedir permissão para viver, para sentir e perceber, para ter um lugar na sociedade. Quando somos crianças ainda temos a desculpa da idade, mas quando chegamos na adolescência e caminhamos para se tornar um jovem adulto isso muda.

Precisamos de aprovações dos outros, o que conta é o todo e não o particular... E o que resta? 
Resta apenas fragmentos do que um dia era chamado de autenticidade. Hoje buscamos recuperar em nossos filhos e crianças do convívio, recuperar também a inocência da brincadeira, a curiosidade em descobrir o mundo e comemorar pequenas conquistas. O mundo e suas sociedades se esqueceram do que é Ser e vivem apenas o Ter.



Há uma resistência e urgência para que nos encaixemos em um rótulo, uma necessidade social que nos definirmos para conquistarmos um lugar ao Sol. Precisamos nos modificar para caber e não pertencer. E isso nos desmorona, como desmoronou Kaguya. O filme traz mais o peso disso em cima das mulheres, mas não podemos descartar os homens em Era de Masculinidade Tóxica.

Acredito na geração que está surgindo, da minha filha e de 10 anos antes dela, acredito que essas gerações irão nos ensinar valores antes esquecidos e deixados de lado por parecerem "bobeira", mas que são fundamentais para se tornar um adulto saudável. É um desafio e tanto para nós pais, mas o resultado valerá tudo isso e nos ensinará mais do que ensinamos.

Filmes como este fazem a mim como mãe, pensar em que futuro quero para minha filha, dos valores que quero que ela carregue e virtudes que ela construa. Pensar sobre se minha atitudes estão fazendo ela florescer ou desmoronar, se estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo. Além de me fazer refletir as perdas e mudanças desagradáveis que precisei fazer como me encaixar e agradar um terceiro. 

Isso dá um bom assunto para levar para terapia e pensar nas consequências dele. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋




Constância e Maternidade

Depois que escolhi passar pelo processo da Maternidade e de me reconhecer como uma nova mulher, uma coisa que mudou de forma radical - que ainda estou elaborando - foi a minha Constância. Sempre fui um tipo de pessoa que buscava manter a rotina em dia e as atividades em ordem de prioridade, acredito que seja por conta da minha necessidade de controle sobre as situações e me sentir mais confortável com isso. Lidar com isso, esse mudança também pode apresentar sentimentos de luto.

A rotina de um bebê é em muitos momentos regrada, os horários de se alimentar, trocar fraldas, brincar, dormir e as demais coisas que aparecem no decorrer do crescimento dele. Vão surgindo novas demandas, como o vigiar os riscos e perigos em um tour pela casa, objetos que podem engolir e engasgar ou de cortar, e outras situações que vão surgindo de acordo com cada fase de desenvolvimento. Além dos dias em que acontece de adoecer e eles ficam carentes querendo somente o colo da mãe. 



Conciliar a nossa rotina com a rotina do bebê e da Maternidade, exige abrir mão de algumas prioridades nossas para sanar uma necessidade do bebê, até porque ele ainda não adquiriu autonomia e independência suficientes para executar sozinhos muitas coisas, como comer e se vestir sozinho. Essa conciliação de rotinas é algo que influência diretamente na Constância, mantemos a constância e disciplina para com as rotinas do bebê e acabamos nos esquecendo das rotinas de mulher.

E pensa... Para quem tinha o hábito de ter a rotina bem regulada e a Constância sempre disciplinada, precisar mudar isso e colocar novas prioridades na frente das de si mesma, foi algo desafiador. Além disso, a cobrança externa continua vindo tornando ainda mais gritante a autocobrança. Se adaptar a isso é um exercício contínuo de honestidade comigo mesma e enfrentamento da ansiedade. 



Sim ! Enfrentamento de ansiedade, quando entramos no ciclo de ansiedade buscamos fugir das situações temidas ou geradoras de ansiedade, podemos procrastinar e até não executar mesmo, afetando outros âmbitos da nossa vida e quando nos damos conta, quando trazemos a consciência a realidade vem a pergunta - Porque que eu tenho que ser assim? - ou então - Onde que eu estava com a cabeça pra ter essas ideias? -. 

E o que mais acontece é, programei o dia baseado no dia anterior e minha filha acorda com a necessidade de uma demanda maior, e acabo que não consigo fazer as atividades que planejei, por me cobrar e ouvir cobranças, começo a me sentir ansiosa por possuir uma certa dificuldade em lidar com a "falha" de não ter conseguido seguir o planejado, e começo a evitar as atividades para não ter que lidar com essa "falha" e o cansaço que também me demanda muita energia. Acredito que isso aconteça com muitos outros cuidadores diretos de um bebê. 



Lidar com isso tudo é exaustivo, e há dias que em não dou conta e tudo bem por isso. Seja eu, ou qualquer outra mãe e pai que esteja passando por isso - Tudo bem não dar conta um dia, tudo bem que precise descansar, você é um ser humano -. Adaptar nossa Constância a nova rotina é desafiador mas não é impossível, gestão de tempo e produtividade também precisam de prazo e energia para acontecerem. Lembremos sempre de dar nosso melhor dentro de nossa possibilidade, de usar nossos talentos a nosso favor e procurar estar sempre no presente.

A vida é um presente, o passado é uma foto e o futuro a Deus pertence.


Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋



Obstáculos

Como a maioria das coisas que acontecem no decorrer da vida, algumas nos fazem nos deparar com as situações que parecem impossíveis de se resolver ou que não conseguimos enxergar nenhum aprendizado. Momentos assim são importantes para nos desafiar a sair da zona de conforto, e nos fazer exercitar valores como persistência, tolerância e resiliência. Pensando nisso, me vem a mente um conto budista dos Dois monges e uma mulher, que podemos refletir bem sobre o aprendizado que ele nos transmite. 




Onde dois monges, muito amigos, sempre cumpriam seus afazeres em conjunto. Tinham muita fé em suas crenças e mandamentos de sua religião. E, de acordo com suas crenças, eles não podiam se aproxima e tocar em mulheres. 

Certo dia, atravessando a floresta para comprar mantimentos no vilarejo, encontraram uma mulher com dificuldade em atravessar o ria e estava prestes a se afogar. Um dos monges disse:

- Não podemos ajudá-la, fizemos o voto de não tocar em mulher nenhuma.

O outro disse:

- Também fizemos o voto de ajudar a todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem distinção.

Este mesmo monge pulou no rio, colocou a mulher nas costas e a deixou na outra margem. Depois disso, os dois seguiram seu caminho e um grande silêncio permaneceu entre eles. O que ajudou a mulher estava sereno e tranquilo, e o que não ajudou carrancudo e angustiado. O silêncio foi interrompido e logo o que não ajudou começou a repreender o outro pelo feito, dizendo que não deveria tê-la carregado que ela seria um peso para a caminhada.

O outro respondeu serenamente:

- Eu deixei a mulher na margem do rio, quem ainda está a carregando é você.



Conto interessante ! 

Quantas vezes nos prendemos a um obstáculo que muitas vezes já passou, ou que nem mesmo criamos diretamente mas ocorreram por que precisavam acontecer. E isso nos trava, ficamos nos remoendo e lamentando, gastando energia, nos sabotando de chegar no resultado que queremos. E muitas vezes não vemos o aprendizado que essa situação quer nos transmitir.

No caso do Conto trouxe o ponto do orgulho, preso ao orgulho o monge que não ajudou ficou com aquilo mal resolvido e o outro não. Sustentou um clima ruim e um mal estar desnecessariamente. 
Situações assim podem gerar grandes questões internas que afetam não somente nossa parte pessoal, mas com a de trabalho e saúde física. 


Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋

Sacodindo a poeira

Me sentindo enferrujada mas estamos aqui! 
Anos sem escrever, focada somente em seguir e cumprir todas as cobranças sociais impostas para nós e ditas como socialmente correta, Formar, arrumar um emprego, casar, ter filhos e assim sucessivamente.

Atualmente cheguei nos desafios que envolvem o Ter filhos, Todos os impactos que aparecem e sacrifícios e surpresas e amadurecimento... Tudo que acontece quando chegamos nessa parte.

Durante esse tempo e vivenciando meu processo para também lidar com as cobranças sociais, aprendi algumas coisas, mas a mais difícil e necessária foi a de ouvir e repetir a frase - Tenha paciência! -. Tudo que eu fazia requer paciência, comer, ver um filme, ler um livro, esperar alguém, esperar ter o dinheiro conta para comprar algo, esperar para poder comer um prato desejado, resolver alguma demanda no trabalho. Absolutamente tudo era necessário ter paciência, principalmente comigo mesma. E com o passar do tempo fui percebendo que eu estava, em alguns momentos ainda estou, bem impaciente e intolerante. 

Era meu cérebro em estado de ansiedade, somente urgência e preocupação pairavam em meus pensamentos. E com isso a necessidade de fazer as coisas correndo, além de querer resolver tudo, por ter a sensação de que "não daria tempo" ou então "não sei se vou dar conta". Isso me fez adquirir alguns cabelos brancos e vivendo sempre apressada, deixando de lado partes importantes e necessárias em nossa vida.

Acabava que com a preocupação de atender essas cobranças sociais, me esquecia da melhor parte, dos Detalhes, são eles que fazem a vida ter sentido, que fazem a diferença em nossa rotina e preenchem parte de nossos vazios. Como por exemplo, o prazer de tomar um banho após um dia de trabalho cheio, ou como o momento em que preparamos nosso café de manhã, dosagem de pó, temperatura da água. Detalhes que fazem os momentos serem únicos em nossa vida. Que muitas vezes, a preocupação de não ter tempo nos cega para tais sutilezas.



Sacodir a poeira para voltar a escrever, foi uma decisão que aconteceu quando decidi trocar de carreira, sair de uma empresa para começar algo meu, o Universo me mostrou uma pequena luz sobre um hábito de anos atrás, colocado debaixo do tapete. Esse blog inicialmente tinha o objetivo de ser uma ferramenta terapêutica em minha adolescência, para me ajudar a lidar com a Depressão e Transtorno de Ansiedade, foi tão bom para mim que rendeu vários textos, com várias temáticas que estou modificando e ajustando aos poucos!

Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.


Hoje vejo que toda essa movimentação foi necessária para chegar onde estou hoje. E se o Universo me trouxe essa luz novamente, acredito que seja um pequeno sinal de que sacodir a poeira era necessário, e escrever que tanto me deixava feliz em fazer não precisava ser deixado de lado. 

Nesse novo momento, um dos meus objetivos é escrever textos sobre experiências e aprendizados que tive e tenho, lidando com as adversidades e maravilhosidades que a vida proporciona. Escrever sobre percepções e falar um pouco mais sobre gostos e particularidades que com certeza, vocês também têm ! #risos

Te vejo no próximo post.

💖