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Quando chega os 30 anos

Comemorar aniversários é um hábito tão íntimo quanto escolher o tipo de perfume vamos usar, é um hábito que diz exclusivamente de quem o faz, como o uso do perfume, alguns gostam muito e fazem questão de ter vários de todas as maneiras, outros gostam mas preferem algo mais sutil e outros já não usam. Com celebrações de aniversário é semelhante, alguns celebram por dias com tudo que tem direito, outros celebram mais reservados e outro não gostam. 

Que bom que há essas possibilidades, se não houvessem elas acredito que as diversas visões sobre celebrações seriam em via única e algo igual, monótono e a imaginação não fluiria como merece. E como celebrações e perfumes vão mudando de acordo com nossa idade, nosso modo de ver as coisas também muda quando percebemos nosso processo de envelhecimento.


Sempre que pensamento em envelhecimento, logo vem a mente idosos, itens antiquados, algo ultrapassado e inválido. Foi nos ensinado que envelhecer é algo negativo, que deve ser evitado e em muitas vezes visto como tabu ou deboche em conversas no meio de família. Ao invés de pensarmos na chegada da maturidade com olhares de oportunidade e passamos a dizer que estamos nos tornando jovens com experiência e desenvolvendo nossa mentalidade de forma constante.

Muitos de nós ao adquirirmos uma certa liberdade logo sonhamos com nossos momentos de independência. Pensamos no que teremos quando atingirmos uma certa idade, de nossas conquistas, como estaremos e várias outras coisas que nossa imaginação acredite ser possível. Devaneamos e refletimos, sonhando e pensando nas possibilidades. E quando chegamos no momento em que tanto pensamos, muitas vezes é completamente diferente do que esperávamos, as cobranças sociais são maiores que pensamos. 

Esses dias cheguei aos meus tão sonhados 30 anos, quantos planos construí e deram certo, quantos outros foram por água abaixo, quantas pessoas conheci, algumas permaneceram e outras não. Quantos erros cometidos, quantos acertos, quantas lições aprendi para chegar onde cheguei e o que conquistei. Quantas cobranças sociais enfrentei e ainda enfrento agora com a maternidade. Muito me veio a mente por esses dias e me fizeram pensar em como é diferente a forma de se enxergar a idade, o envelhecer para cada um. 

No dia do meu aniversário, no final do dia, parei e refleti sobre meus anos passados... Que avalanche de sentimento e pensamentos... Foi bom, em alguns momentos doloroso pensar, mas foi bom. Senti admiração e ainda mais compreensão comigo mesma. Que caminhada boa até aqui! Que aventura! Não vejo quando chegar nos 40 ! Que venham as cobranças sociais me exigindo um padrão cada vez mais impossível e eu ouse ser do jeito que eu quiser!


As cobranças sociais são as que mais pesam, mais nos deixam ansiosos e muitas vezes depressivos, podem vir de parentes dentro de casa até colegas de trabalho - se forma, arrume um emprego, se case, tenha filhos, não use essa roupa, não escute essa música -, sempre nos cobram ser quem não somos, nos exigem caber ao invés de pertencer. E tudo bem, é papel deles fazer isso, nós que precisamos nos adaptar. 

Há momentos em que precisaremos ceder, outros insistir, em outros precisaremos nos conter, em outros não e assim sempre acontecerá. Tudo bem não dar conta as vezes, você é um ser humano e não uma máquina exata. O que tiver que acontecer, irá acontecer no momento ideal, se ainda não conseguiu comprar aquela coisa que sempre sonhos, avalie suas atitudes para conseguir e tenha paciência. Veja se seus passos estão de acordo com seus sonhos e seus objetivos. Dá-lhe terapia para nos ajudar nisso!

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Tomaram minha filha do meu colo, e agora?

Muitas mães e pais já devem ter passado por isso, alguns nem perceberam as consequências desse ato ou ficaram com uma angústia no coração mas preferiram relevar devido ao contexto. Trouxe esse exemplo hoje para conversarmos um pouco sobre o desrespeito infantil. 

Em tempos que começamos a repensar sobre a influência do nosso comportamento e da mídia no crescimento de nossos filhos, é de grande importância refletirmos sobre onde começa o desrespeito infantil, muitas vezes observo que é algo cultural e muitas vezes visto como comum no dia a dia das crianças. E paro, observo e penso - Seria a aceitação para relacionamentos tóxicos uma consequência de uma educação desrespeitosa? -.


Desde bebês, já aprendemos sobre as regras sociais e posturas para com elas, tanto mulheres quanto homens sentem o peso do regimento social que envolve o gênero, a masculinidade tóxica e o ideal machista de como deve ser uma mulher, são exemplos que vivenciamos desde bebês, opressão e muitas vezes vergonha em expressar seus sentimentos, de ser o que é sem precisar mudar a si para caber em algum lugar, de ter a opinião desrespeitada por ser mais novo/menor e de precisarmos fazer coisas que não queremos por obrigação - como ir visitar aquele tio que vive zombando pois ele é da família - entre outras situações.

Muitos de nós quando mais novos, crianças e adolescentes, já vimos uma situação onde alguém esteja errado ou sendo injustiçado, e sentimos vontade de dar nossa opinião mas quando falamos escutamos o sonoro - Isso é assunto de família; Isso é assunto de adultos; Você não tem idade para saber de coisas assim -, são frases comuns que acontecem onde observamos o desrespeito infantil baseado em uma educação desrespeitosa.

Quanto paramos para ler sobre os Direitos das Crianças e Adolescentes em vários artigos, lemos itens banais como alimentação digna, higiene e boas condições de saúde, itens que muitos de nós vemos como uma obrigação mas se precisa ser escrito é porque não está sendo cumprido. Inclusive o respeito para com as crianças. Em muitos momentos estamos replicando uma educação desrespeitosa sem perceber pois foi feito conosco, entramos no automático e não nos atentamos a essas pequenas atitudes que desrespeitam.

Acho que já estou ficando polêmica em demasiado, ainda há muitos defensores de uma educação desrespeitosa e compreendo. Foram assim que foram educados, provavelmente sofreram o desrespeito infantil e assim que acreditam ser o correto. Porém discordo quando colocam a responsabilidade de aprender valores como caráter e honestidade para a criança aprender sozinha, sendo que aprendem muito mais pelo exemplo, e quando isso não acontece acusam o filho de diversos adjetivos desagradáveis. Há casos onde a pessoa tem o caráter duvidoso, como alguém com Transtorno de personalidade antisocial por exemplo, há um fatos patológico no meio.

E todas essas explicações e pensamentos não respondem a pergunta do título, tomaram minha filha do meu colo, e agora? Para responder isso vou usar uma frase apenas - Tenha bom senso! -, porque utilizei essa frase, pois precisamos observar quem é a pessoa, o contexto e como nossos filhos reagiram. Se observamos que a pessoa é querida e de confiança, o contexto é de brincadeira e a criança reagiu bem depois, ótimo ! Se qualquer uma dessas situações não esteja de acordo com sua visão de correto, observe, reflita e pontue com gentileza, tudo conversado e entendido, e desde cedo é necessário reforçar sobre a importância de respeitar a criança desde cedo.


Alguns podem pensar - Ah! mas aí vou deixar meu filho fazer tudo que ele quer? - Não! Respeitar uma criança é pensar das opiniões que ela tem sobre situações que dizem respeito a ela, há regras inegociáveis como tomar banho, escovar os dentes, comer de forma saudável, que são rotinas necessárias. Mas quando ela não quer cumprimentar ou dar um beijo alguém na rua, quando não quer conversar, quando não quer sair do colo da mãe e afins, situações onde diz respeito a ela. 

Esse tema gera boas reflexões e discussões na terapia, além de boas necessárias. O respeito que você tem para com uma criança hoje, diz respeito a como ela aceitará ser aceita no futuro, você gostaria de ser tratado da mesma forma que trata os outros?

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Plante uma Árvore para seus Filhos colherem os Frutos

Hoje na arrumação da sala, trouxe alguns livros da casa dos meus pais que compraram a quase 20 anos atrás, aos que conhecem a Barsa quando comprava a enciclopédia completa vinha com outra coleções e uma delas é sobre valores. Ao ir limpando os livros e colocando eles no lugar, algumas memórias foram vindo a uma sensação de nostalgia me preencheu, me fez pensar com amor na minha infância e em como aqueles livros foram meu refúgio em muitos momentos. Me fez pensar também sobre a Criação que tive.

Pensei também sobre a intenção dos meus pais quando compraram esses livros, na época era algo de muito custo, um investimento sem saber do retorno dele e como seria utilizado. Sinceramente, não sei qual foi a intenção na Criação  deles, mas sei o quanto me abriu os olhos para possibilidades e aguçou ainda mais minha curiosidade sobre as coisas e pessoas que compõe esse Universo que vivemos. 



Para além disso, me fez pensar em uma situação que trouxe reflexos hoje, meu pai sempre foi uma pessoa com hábito de leitura e sempre incentivada a mim e meus irmãos a buscar nos livros conhecimento pois há 15 anos atrás a internet não era tão vasta e as informações não vinham com tanta facilidade, principalmente nos celulares, para ter acesso as informações na internet era necessário tem um computador em casa. 

Li uma frase que dizia sobre nossa Criação - Nós não nos lembramos do que fizeram por nós mas como fizeram por nós -, essa frase hoje faz muito sentido para mim principalmente depois que me tornei mãe, muitas situações me marcaram não pelo o quê meus pais fizeram, mas como fizeram. Desse como foi onde minhas crenças e visão de mundo foram criadas. Dentro da Teoria da Disciplina Positiva, as crianças são seres socias e estão constantemente tomando decisões e formando crenças sobre si mesmas, sobre o mundo e sobre o que fazer para prosperar. 


E por seres sociais, aprendem muito mais por repetição e observação de quem está próximo. Ainda dentro da Disciplina Positiva, os comportamentos sempre tem um contexto social com um objetivo, e o primeiro objetivo é ser aceita. Quando compreendemos essa frase como base de muitos comportamentos da criança, passamos a nos perguntar - O que ela quer dizer com isso? -. Não somos máquina com uma precisão exata, cometemos erros em toda essa jornada e esses erros são oportunidades maravilhosas para aprender importantes lições.

Quando plantamos uma árvore não iremos comer dos seus frutos, mas nossos filhos, e há situações que somente nossos netos irão aproveitar dos benefícios dessa árvore, essa analogia vale para nosso comportamento para com nossos filhos, nosso modo de Criação e o que queremos que eles prosperem. Fica muito mais fácil assumir um erro quando entendemos eles como oportunidades de aprender algo do que quando é visto como algo ruim. 


Muito desejos de mães e pais é que seus filhos cresçam responsáveis, honestos, dignos e respeitosos, e vários outros adjetivos positivos, além de praticar exercícios baseados na Disciplina Positiva, mas muitas vezes esses mesmos pais não apresentam esse tipo de comportamento - seja com os filhos ou com alguém próximo -. Quando plantamos uma semente aleatória precisamos cuidar dela para crescer e prosperar, não sabemos que tipo de planta nascerá mas sabemos que precisamos cuidar e vamos aprender a cuidar dela independente de qual venha. 

Com os filhos é semelhante, não sabemos como virão, sua personalidade e mentalidade, mas sabemos que temos uma influência gigante sobre eles e isso diz sobre como crescerão e prosperarão. Pode soar como algo pesado falando dessa maneira, mas quando buscamos conhecimento e temos consciência de que eles são reflexo de nós e aceitamos nossos defeitos e falhas, a parentalidade pode ser uma experiência extraordinária. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Identificações

Uma história linda, que nos faz pensar muitas coisas junto com ela... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, valorizando as pessoas, suas qualidades e sua humanidade, valorizando os animais, as plantas, estações do ano, com Autencidade... E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras, simples como uma flor que nasce num pasto, inocente. Essa foi minha experiência assistindo o filme - O Conto da Princesa Kaguya de Isao Takahata -.

Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor longa metragem, uma produção do Studio Ghibli, um dos meus favoritos em produções de animações japonesas, tanto pela qualidade da animação, mas principalmente pelos roteiros, com lições e mensagens implícitas fantásticas.


Quando vi a história do filme me identifiquei muito. E conclui que um dos meus maiores desejos - e acredito ser de muitos outros - é poder viver assim, sem medo de ser quem sou, valorizar cada pequeno milagre do dia a dia que Deus realiza, amar e ser amada, sem temer a incerteza, com Autenticidade... Fazendo parte da dinâmica dádiva da vida e concretizando que cada momento é único e precioso. Cheguei a me emocionar em alguns momentos do filme.

A sensação que sentir foi de uma vontade de sair e falar o quando amo as pessoas ao meu redor sem temer as lágrimas de felicidade, de falar o quanto sou grata por existirem, cuidarem de mim e me aceitarem, de mostrar pra elas a graça da vida, de concretizar ainda mais a ideia que não é preciso todo dinheiro do mundo para ser feliz, de gritar aos quatros cantos do mundo que a vida é linda e que parem de estragá-la. 

De mostrar que amar não doí - tanto a si mesmo quanto o outro - , que ser honesto não doí - tanto consigo mesmo quanto com o outro -, que pedir perdão faz bem, que se existem problemas existem soluções, de agradecer a Deus por ser saudável e poder apreciar todos esse milagres. De pular, de rir até a barriga doer, de dançar até as pernas doerem e de chorar, não de tristeza, mas de felicidade e alívio.



Mas não tenho tal liberdade integral, se eu fizesse isso possivelmente pensariam que algo estava errado... A princesa viu isso... Eu vejo isso... Vivemos num mundo onde não somente o poder aquisitivo comanda mas também a opressão quando agimos com Autenticidade, as mentiras se enraízam, somos objetos que precisam pedir permissão para viver, para sentir e perceber, para ter um lugar na sociedade. Quando somos crianças ainda temos a desculpa da idade, mas quando chegamos na adolescência e caminhamos para se tornar um jovem adulto isso muda.

Precisamos de aprovações dos outros, o que conta é o todo e não o particular... E o que resta? 
Resta apenas fragmentos do que um dia era chamado de autenticidade. Hoje buscamos recuperar em nossos filhos e crianças do convívio, recuperar também a inocência da brincadeira, a curiosidade em descobrir o mundo e comemorar pequenas conquistas. O mundo e suas sociedades se esqueceram do que é Ser e vivem apenas o Ter.



Há uma resistência e urgência para que nos encaixemos em um rótulo, uma necessidade social que nos definirmos para conquistarmos um lugar ao Sol. Precisamos nos modificar para caber e não pertencer. E isso nos desmorona, como desmoronou Kaguya. O filme traz mais o peso disso em cima das mulheres, mas não podemos descartar os homens em Era de Masculinidade Tóxica.

Acredito na geração que está surgindo, da minha filha e de 10 anos antes dela, acredito que essas gerações irão nos ensinar valores antes esquecidos e deixados de lado por parecerem "bobeira", mas que são fundamentais para se tornar um adulto saudável. É um desafio e tanto para nós pais, mas o resultado valerá tudo isso e nos ensinará mais do que ensinamos.

Filmes como este fazem a mim como mãe, pensar em que futuro quero para minha filha, dos valores que quero que ela carregue e virtudes que ela construa. Pensar sobre se minha atitudes estão fazendo ela florescer ou desmoronar, se estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo. Além de me fazer refletir as perdas e mudanças desagradáveis que precisei fazer como me encaixar e agradar um terceiro. 

Isso dá um bom assunto para levar para terapia e pensar nas consequências dele. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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