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O que seu corpo te conta antes da crise?

Você já sentiu um aperto no peito sem saber por quê?
Ou percebeu que está prendendo a respiração no meio de uma conversa aparentemente normal?
Esses sinais não são aleatórios — são alertas silenciosos do seu corpo. E quanto mais cedo você aprende a escutar, maior a chance de regular suas emoções antes que elas transbordem.

A maioria de nós foi ensinada a lidar com emoções usando apenas a cabeça: “racionaliza”, “deixa pra lá”, “foca no que importa”. Mas o corpo fala. E muitas vezes, fala primeiro.

Vamos olhar com mais atenção para o que ele tenta dizer antes da crise chegar:

1. Mapeie os sinais do corpo

Quando algo te desregula emocionalmente — mesmo que você não perceba na hora — o corpo reage. Os sinais mais comuns incluem:

  • respiração curta ou presa;

  • tensão nos ombros ou mandíbula;

  • estômago embrulhado;

  • mãos geladas ou suadas;

  • cansaço repentino sem motivo físico.

-Esses sinais são a linguagem do corpo. Eles não mentem, mesmo quando a mente ainda está dizendo “tá tudo bem”. Um bom exercício é observar quando e onde eles costumam aparecer:É no trabalho? em conversas específicas? ao acordar ou antes de dormir?-

2. Nomeie a emoção que está por trás

Depois de identificar o sinal, pergunte a si mesma:
O que eu estava sentindo quando isso apareceu?
O que aconteceu antes?
Que história essa sensação me conta?

Nomear a emoção ajuda o cérebro a sair do modo reativo (amígdala) e acessar regiões mais reguladoras (como o córtex pré-frontal). Isso facilita o processamento e diminui a intensidade do sintoma físico. Pode ser medo, raiva, frustração, vergonha, tristeza…Você não precisa ter certeza absoluta. Basta começar a dar forma ao que antes era só tensão.

3. Pratique micro-ajustes de 2 minutos

Não precisa de uma longa meditação ou uma sessão de terapia naquele instante (embora elas sejam importantes). Pequenos ajustes já ajudam a desativar o estado de alerta:

  • Coloque a mão no peito e respire fundo 3 vezes, lentamente.

  • Alongue o pescoço ou os ombros com suavidade.

  • Feche os olhos por 1 minuto e sinta o contato dos pés com o chão.

  • Beba um copo de água prestando atenção ao ato de beber.

  • Traga para o pensamento alguém que te transmite segurança.

Esses movimentos curtos sinalizam para o corpo: você está segura.
E isso já é o suficiente para começar a retomar o equilíbrio.

-Atenção é cuidado-

Se você treinar essa escuta por alguns dias, vai começar a notar padrões. E com o tempo, vai reconhecer os avisos do corpo antes que a crise venha.

🌀 Salve este guia e teste por 7 dias.
Às vezes, a maior prevenção é aprender a escutar o sutil.

Te vejo no próximo post.

💖

Quando a calma se torna estranha

Depois de meses vivendo no limite, você finalmente tem um tempo de respiro.
A rotina desacelera. O trabalho se acalma. As demandas da casa diminuem.
Você pensa que vai sentir alívio. Mas não sente.
Sente um vazio esquisito. Um desconforto difícil de explicar.

A calma chegou — mas veio acompanhada de um estranhamento.

Por que isso acontece?

Porque o corpo e a mente se habituam a funcionar em modo alerta.
Quando passamos muito tempo lidando com urgências, nossa biologia se adapta:
o cérebro libera mais cortisol, a atenção fica voltada para o que pode dar errado, e os sistemas de descanso e prazer entram em segundo plano.
Esse estado, que deveria ser passageiro, vira o novo normal.

Então, quando finalmente há espaço para desacelerar, a mente se assusta.
A paz parece perigosa.
O silêncio parece ameaçador.
O descanso parece errado.

Muitas pessoas se sentem culpadas ao descansar. Outras, inquietas. Outras ainda sentem tristeza — como se, ao parar, emoções reprimidas finalmente encontrassem espaço para emergir.

É comum que, ao sair do “modo sobrevivência”, venham sentimentos guardados:
cansaço profundo, angústias antigas, lutos não vividos.
E isso não é recaída.
É processo.
É como se o corpo dissesse: agora eu posso sentir.

Estranhar a calma não é sinal de fraqueza. É sinal de que você está saindo do estado de alerta.

Mulher praticando o Mindfullness em sua casa, em ambiente claro, suave e com plantas de folhagens, demonstrando calma e passividade

Aprender a habitar o descanso é também um treino.
Reaprender a confiar no silêncio, a saborear uma tarde sem tarefas, a não se justificar por cuidar de si.

É nesse espaço — ainda desconfortável — que a reconstrução começa.
É ali que o sistema nervoso reaprende a regular, que o coração volta a bater no próprio ritmo, e que a alma encontra espaço para se reorganizar.

Então, se você se identificou com esse estranhamento, não se culpe.
Apenas observe:
O que está aparecendo agora que antes era abafado pela correria?
Como você reage quando o mundo te oferece pausa?
O que seria preciso para você sentir que pode descansar em paz, sem precisar merecer?

Às vezes, o que mais assusta não é o caos — é o espaço que vem depois.
Mas é nesse espaço que a vida nova começa a brotar.

Te vejo no próximo post.

💖

Quais as vantagens e desvantagens de ser inflexível?

Você se considera uma pessoa inflexível? Daquelas que gostam das coisas do próprio jeito, com regras claras e aversão a mudanças?

Antes de se julgar, vale entender de onde vem esse padrão.
A rigidez emocional geralmente está ligada à tentativa de manter o controle. É uma forma de se proteger do que é incerto — do erro, da rejeição, do conflito, do imprevisto.

Pessoal com face de teimosia por precisar escolher algo que não quer.

Ser inflexível nem sempre é um problema. Na verdade, esse comportamento pode oferecer algumas vantagens reais:

  • Clareza de valores

  • Organização e constância

  • Determinação para cumprir o que foi proposto

  • Baixa impulsividade

  • Sentimento de segurança

Pessoas inflexíveis costumam ser vistas como “firmes” e confiáveis. Mas o que funciona como proteção pode, aos poucos, se transformar em prisão.

Desvantagens de ser inflexível

Quando a inflexibilidade emocional toma conta, ela pode limitar:

  • A escuta do outro

  • A empatia nas relações

  • A capacidade de improvisar ou adaptar

  • O prazer de viver com mais leveza

Além disso, pode gerar sofrimento interno: autocobrança, frustração, medo de errar ou de ser mal interpretado. Isso cria um ciclo onde a pessoa exige muito de si e dos outros, dificultando conexões afetivas mais espontâneas.

Por que esse padrão se repete?

Muitas vezes, a rigidez surge na infância, como uma forma de lidar com ambientes caóticos ou imprevisíveis. O controle trazia uma falsa sensação de segurança.

Na vida adulta, esse padrão persiste mesmo quando já não é mais necessário.

Pessoa em pé diante de um caminho bifurcado, refletindo sobre decisões e possibilidades.

É possível mudar?

Sim — mas não se trata de virar o oposto.
A proposta é desenvolver flexibilidade emocional: a habilidade de se adaptar, repensar escolhas e se abrir ao novo, sem perder sua essência.

Pergunte-se:

  • Onde esse controle me protegeu no passado?

  • O que eu poderia ganhar se fosse mais flexível agora?

  • Existe uma forma de manter meus valores sem me fechar para o outro?

Ser flexível é ampliar possibilidades.
É entender que mudar de ideia, escutar, ajustar rotas — tudo isso também é força.

Te vejo no próximo post.

💖

Parentalidade Saudável: Como a forma de educar influencia o comportamento dos filhos

Nem sempre os pais percebem, mas a forma como lidam com as emoções, os limites e o cotidiano com seus filhos tem um impacto direto no modo como essas crianças se desenvolvem — não apenas no comportamento, mas também na maneira como sentem, se percebem e se relacionam com o mundo.

O termo parentalidade saudável diz respeito à construção de um vínculo seguro entre pais e filhos, onde há espaço para escuta, firmeza, acolhimento e presença afetiva. Isso não significa acertar sempre, nem eliminar os conflitos da rotina, mas sim oferecer uma base estável sobre a qual a criança possa crescer com confiança e estrutura interna.

Pais e filho sentados no chão trocando olhares e rindo, simbolizando vínculo seguro e convivência afetuosa

Na infância, é através da convivência com os cuidadores que a criança vai formando seus primeiros modelos internos sobre si mesma, sobre os outros e sobre como o mundo funciona. Se ela é constantemente escutada, acolhida e compreendida — mesmo quando erra ou se desregula emocionalmente —, desenvolve a noção de que é digna de amor, mesmo em seus momentos difíceis. Por outro lado, quando cresce em ambientes marcados por crítica constante, ausência emocional ou autoritarismo, ela pode internalizar a ideia de que precisa se calar para ser aceita ou que precisa controlar o outro para se sentir segura.

A parentalidade, nesse sentido, não educa só o comportamento: ela molda a experiência emocional do filho com o próprio mundo interno.

Estudos como os de Diana Baumrind — que identificou os diferentes estilos parentais (autoritário, permissivo, negligente e autoritativo) — mostram que crianças criadas em contextos de equilíbrio entre afeto e limites claros tendem a desenvolver mais autonomia, empatia e autorregulação. Já o excesso de rigidez ou a ausência de referências consistentes está associado a maior risco de ansiedade, agressividade, baixa autoestima ou dificuldade em lidar com frustrações.

Pais lendo um livro sobre disciplina positiva e autoconhecimento, simbolizando a busca pelo o que eles querem ensinar para os filhos.

Mas não se trata de seguir um “modelo ideal” de criação. Até porque cada família tem sua história, seus recursos, suas limitações. O que faz diferença real é o desejo genuíno de construir presença com consciência. Isso significa, muitas vezes, parar para se perguntar: como eu costumo reagir quando meu filho erra? Que mensagens estou passando sobre sentimentos? Tenho exigido dele algo que nem eu mesma consegui desenvolver ainda?

Parentalidade saudável não nasce pronta: ela se constrói, um dia de cada vez, a partir da disposição de olhar para si também.

Buscar ajuda com um profissional formado em Orientação Parental, conversar com outros pais, ler, refletir… tudo isso faz parte do processo. E quanto mais conscientes estivermos das nossas próprias emoções e histórias, mais chances teremos de interromper ciclos que não queremos repetir.

Te vejo no próximo post.

💖

Nº IV - Entre Sessões e Silêncios: Entre uma Neosa e uma verdade difícil

Nº IV

Já se passou uma semana desde a última sessão de terapia. 
Sobrecarga foi o tema conversado, e as consequências disso. Seria de trabalho? De decisões tomadas? De tentativas constante de manter tudo sob controle? Ou até de todas as opções anteriores.
Era uma sobrecarga de vida — de ser mulher, mãe, profissional, cuidadora de todos… e com imensa dificuldade de pedir socorro.

Refletiu sobre ... Quando tudo começou? Onde foi que se perdeu nesse caminho? Era um peso antigo, silencioso, ou algo recente, que chegou de mansinho e se instalou? Se deparou com uma verdade difícil: estava sobrecarregada por querer agradar demais aos outros — e esquecer de si. De mover montanhas para quem não subia uma ladeira por ela, e ainda ouvir que não precisava que ela fez porque quis. Como se o cansaço fosse escolha.

Estava sobrecarregada de carregar o orgulho, de precisar se defender de tudo — até do que fazia para se sentir viva, de achar que não dava conta porque alguém disse que seria difícil demais o fardo.
Decidiu aceitar a sobrecarga, das tarefas de casa, do cuidado com a filha e das demandas do trabalho, mas não mais aceitar as migalhas alheias. As que vinham de má vontade, e ainda assim pesavam mais do que todo o resto.

Decidiu fazer para si. Expectativas? -Tss- está aprendendo a não se prender a elas. E, principalmente, a não criá-las. Se abriu para isso tudo que é ser ela mesma, seja cansada e querendo ficar em silêncio, seja eufórica querendo falar sobre tudo que aconteceu no seu dia, seja na calmaria de um fim de dia, seja na agitação de uma segunda feira. Que não tem o controle de tudo, e tá tudo bem. Está aprendendo a tirar lições da experiência — seja ela passada, presente, ou futura.

O estresse virou uma dor de cabeça, que uma Neosa resolveu, e desde então coisas novas nasceram, possibilidades surgiram.

E ela decidiu: vai agarrá-las pelas barbas.

Grata por ler !

💋💋

Velho ou jovem com experiência? Uma reflexão sobre envelhecimento, cobrança e identidade

Uma reflexão sobre envelhecimento, cobrança e identidade

Velho ou jovem com experiência?

Ontem, durante o atendimento de uma desenvolvida, conversamos sobre chegar aos 30 anos. Para alguns, isso representa um marco de maturidade. Para outros, um fardo silencioso.

Um simples par de números que muda anualmente, mas que traz consigo tantas descobertas — e receios.

🪞 A imagem da idade: o velho como ultrapassado

No meio da conversa, surgiram frases como “estou ficando velha”, acompanhadas de ideias sobre pintar os cabelos ou fazer botox. Isso me fez refletir: como entendemos e lidamos com o envelhecer?

Por muito tempo, fomos ensinados que “envelhecer” é sinônimo de atraso, de decadência. Que manter-se jovem é estar atualizado, moderno. Misturamos imagem com idade. E esquecemos da maturidade, do conhecimento, da profundidade.


👥 Experiência não tem idade

Se olharmos com calma, vemos jovens com pensamentos engessados e idosos com ideias surpreendentemente novas. Muitas empresas mundialmente conhecidas surgiram após os 40 — McDonald’s, Nestlé, Coca-Cola, IBM…

O desenvolvimento da mente não tem prazo de validade. E o pensamento fresco pode vir em qualquer fase da vida.

As armadilhas dos marcos de idade

A cada década, novas pressões:

  • Aos 10, precisamos “deixar de ser criança”.

  • Aos 20, ter uma carreira em curso.

  • Aos 30, um trabalho estável e uma família.

  • Aos 40, maturidade.

  • Aos 50, sabedoria.

  • Aos 60, razão.

  • Aos 70+, viramos referência de “iluminados” — quase como um Buda da vida real.

É como se cada número trouxesse um novo pacote de exigências — sociais e internas.

🧠 Será medo da idade… ou medo das cobranças?

Talvez o medo de envelhecer não esteja na idade em si, mas na pressão de não alcançar o que esperam de nós. E isso é exaustivo.

Ressignificar as limitações, aceitar o tempo e acolher as mudanças exige coragem — especialmente para quem ainda mantém sua “Gabriela interior” forte: “eu nasci assim, eu cresci assim...”

🌿 Envelhecer pode ser libertador

Envelhecer não é apenas sobre o corpo. É sobre tempo interno.
É sobre olhar pra dentro e ver tudo o que já mudou — com orgulho e leveza.

Observar nossas conquistas, acolher nossos erros, rir de algumas fases e se permitir viver outras. Isso também é autocuidado.

Pensando nisso, você acredita que está se tornando Velho ou se tornando um Jovem com Experiência?

Até a próxima conversa ! 
Te vejo na terapia.

🌿📝😘






Às vezes precisamos mudar de ideia: reflexão sobre amadurecimento e autocompaixão




Coragem para mudar: enfrentando o medo e ressignificando bloqueios

Nesse fim de semana, participei de um evento sobre empreendedorismo feminino. Durante uma atividade simples — encher um balão pensando no que mais me trava — algo começou a se movimentar dentro de mim.

Como toda boa paciente com tempo de terapia (😅), eu sabia o que estava colocando ali. Desenhei, escrevi, nomeei meu problema. Mas... não estourava o balão.

🌀 Observar antes de agir também é parte do processo

Enquanto outras mulheres estouravam seus balões logo nas primeiras palestras — e eu vibrava junto — percebi que meu processo era outro. Precisei de mais tempo, mais escuta, mais conexão.

Entre uma fala e outra, veio à tona algo importante: a necessidade de manter a mente em desenvolvimento contínuo. De me colocar no mundo, em sociedade, mesmo com minhas dificuldades de socialização. Sair da zona de conforto, falar, aparecer, me posicionar.

Heráclito já dizia: “Panta Rei” — tudo flui. E ali, eu flui.

🔍 A frase que virou chave: coragem na motivação ou no desespero?

Durante a segunda palestra da tarde, às 15h40, ouvi uma pergunta que me atravessou:
“Você vai enfrentar isso no auge da motivação ou no auge do desespero?”

Aquilo me pegou em cheio. Eu sabia o que precisava fazer. Eu precisava ressignificar meu medo.

💭 Sim, eu também sinto medo

Medo de ser julgada. Medo de falhar. Medo de ser rejeitada.
E, como falamos na última sessão de terapia, às vezes o medo está ligado a pessoas e contextos que precisaram ficar para trás — ou que eu precisei passar a ver com outros olhos.

O medo, nesse caso, não desaparece. Mas ele pode ser olhado, entendido e reorganizado.

Ressignificar é um ato de coragem emocional

Fazer o que precisa ser feito, mesmo que você não goste.
Na terapia, é possível identificar quais crenças limitantes se ativam, quais gatilhos surgem, quais tipos de obstáculos aparecem e como lidar com tudo isso.

Ressignificar algo exige coragem, maturidade e abertura de coração.
Aceitar que sentimos medo também é coragem.

Tudo bem se você ainda sente que não é a hora. Mas... vale a pena pensar sobre isso.


Te vejo na terapia! 

🌿📝



Altruísmo ou anulação? Reflexão sobre ajudar os outros sem se perder de si

Altruísmo e autoconhecimento: quando ajudar também é se perceber

No evento Empreendedora Imparável, que participei no dia 07/05, uma das palestrantes nos propôs uma tarefa diferente: perguntar a alguém (ou publicar nas redes sociais) quais três características vinham à mente quando pensavam em mim.

Confesso, foi desafiador. Bateu aquela ansiedade: e se vier algo negativo? Mas fui. Fiz. E me surpreendi!

🌟 Uma palavra em comum: altruísta

Entre as muitas respostas, teve uma que se repetiu em quase todas: altruísta.
Achei curioso. Fiquei feliz, confesso. E comecei a refletir mais profundamente sobre isso.

Altruísmo é um termo bonito, mas também muito mal compreendido. Então vim aqui conversar um pouco sobre ele — como conceito, mas principalmente como vivência.

🧠 O que é altruísmo, afinal?

Segundo Oliner (2002), o altruísmo é um comportamento voluntário voltado a ajudar outra pessoa, mesmo que isso envolva custo ou risco pessoal, sem esperar recompensas externas. É um comportamento pró-social, como afirmam Eisenberg e colaboradores (1989, 1999). Com o tempo — e terapia — entendi que ser altruísta não é se anular, mas sim agir com intenção, escuta e equilíbrio. E que a bondade, quando mal interpretada, pode ser vista como intromissão. Mas não é. É potência.

🤔 Mas... e quando a gente se machuca tentando ajudar?

Hoje em dia eu tenho mais cuidado. Observo se a pessoa realmente está aberta, se é o momento certo, se vale a pena. Mas nem sempre foi assim.

Antes de aprender a perguntar “você quer ajuda?”, eu ia logo agindo. E, como você pode imaginar, nem sempre fui bem recebida.

Fui podada. Fui mal interpretada. Fui chamada de exagerada.
Mas fui também amadurecendo. E entendi que ser boa não significa ser boba.

🧭 Quem é de verdade sempre aparece

Com o tempo, aprendi que existem pessoas que só sabem receber, sem oferecer troca. Gente que julga, que distorce, que tenta apagar o brilho do outro. Mas também aprendi a identificar essas relações — e me afastar com paz.

Costumo dizer que a vida, o universo e Deus nos mandam sinais.
Basta ter maturidade para enxergar. E coragem pra aceitar o que se vê.
(Esses dois últimos são sempre os mais difíceis, né? risos)

🌱 Ser altruísta com o outro… e com você mesma

Hoje eu também faço terapia. E digo isso com orgulho.
A mente precisa de cuidado como qualquer outra parte do nosso corpo.

A gente se preocupa com o coração quando come fritura, mas não se preocupa com o sono que não vem, com o cansaço emocional, com a exaustão invisível.

A terapia me ajuda a reorganizar. A ressignificar. A continuar sendo eu — inclusive nas partes que estou aprendendo a amar.

 
Precisamos buscar ser altruístas consigo mesmo. Faz bem pra gente e para quem está a nossa volta. 

Te vejo na terapia 🌹

Eisenberg, N., Fabes, R. A., Miller, P. A., Fultz, J., Shell, R., Mathy, R. M., & Reno, R. R. (1989). Relation of sympathy and personal distress to prosocial behavior: a multimethod study. Journal of Personality and Social Psychology, 57(1),55-66.     

Eisenberg, N., Guthrie, I. K., Murphy, B. C., Shepard, S. A., Cumberland, A., & Carlo, G. (1999).Consistency and development of prosocial dispositions: a longitudinal study. Child Development, 70(6),1360-1372. 

Oliner, S. P. (2002). Extraordinary acts of ordinary people: faces of heroism and altruism. In: S. G. Post, L. G. Underwood, J. P. Schloss & W. B. Hurlbut (Eds.), Altruism and altruistic love: science, philosophy and religion in dialogue (pp. 123-139). Nova Iorque: Oxford University Press.

Nº III - Entre Sessões e Silêncios: O Encontro com a Vulnerabilidade

Nº III

Mais uma sessão de terapia, mais um questionamento que insiste em ecoar na mente, como se fosse um sussurro que nunca se cala. Uma conversa densa, tensa e profunda. Retrospectivas se desenrolaram como filmes antigos, ciclos finalmente foram entendidos e, assim, teve início o doloroso e libertador processo de encerrá-los. Quantas vezes esse cenário se repetiu? Quantas vezes a vida foi ressignificada, não apenas pelos aprendizados obtidos, mas pela coragem de mudar o modo de enxergá-la?

E então veio o questionamento. Simples, quase discreto, mas carregado de uma verdade crua. Fez tanto sentido que começou a enxergá-lo em seus pacientes. Decidiu testá-lo, como quem planta uma semente e aguarda. Os resultados foram surpreendentes.

É na vulnerabilidade que encontramos nosso pertencimento.

Mas como lidar com essa vulnerabilidade? Um questionamento assim não é apenas um ponto de reflexão; é uma jornada. Às vezes, dolorosa, pois exige encarar aquilo que escondemos até de nós mesmos. E não é que seja nossa escuridão, como muitos acreditam. Talvez seja algo ainda mais delicado: a voz abafada de uma criança interior, que machucada, só quer ser acolhida. Essa criança pede o toque de um olhar gentil, um gesto de empatia, um beijo simbólico para sarar feridas que insistem em latejar.

O que nos torna pertencentes quando nos mostramos vulneráveis? E o que nos faz vulneráveis ao tentar pertencer? Essas perguntas carregam uma profundidade quase inquietante. Elas nos obrigam a enfrentar nossas facetas, aquelas que construímos para mascarar nossos medos de rejeição e julgamento. São perguntas que pedem um mergulho corajoso nas águas mais escuras de nosso ser.

Olhar para isso é como descer ao próprio poço. É um movimento silencioso, introspectivo e, muitas vezes, solitário. Apenas quem se aventura sabe como é reconhecer cada detalhe daquele espaço interno: as rachaduras nas paredes, os ecos que se confundem com nossa própria voz. E o mais impressionante é perceber que, mesmo lá, naquele fundo aparentemente inóspito, existe vida. Existe pertencimento.

Subir novamente não é apenas um ato de superação, mas de escolha consciente. É a decisão de acolher aquela parte frágil, de integrá-la, de mostrar-lhe que há beleza mesmo naquilo que julgamos imperfeito. É ensinar a si mesmo que a vida não é feita apenas de paisagens iluminadas, mas também dos pequenos instantes de sombra que nos convidam a descansar, refletir e crescer. E assim seguimos, rolando pelo caminho, não com pressa de chegar, mas com a leveza de quem aprende a apreciar a jornada.

Grata por ler !

💋💋 

Nº II - Entre Sessões e Silêncios: Naquela quinta, ela tinha Terapia.

Nº II

A quinta-feira amanheceu nublada. Pela manhã, tempestades marcaram presença: algumas pessoas reclamavam por terem se molhado, enquanto outras agradeciam pela chuva. O trânsito estava mais lento, e, mesmo com o céu cinza, o calor nos lembrava que era apenas mais uma típica chuva de verão. À tarde, o sol apareceu, iluminando o dia com sua cor e luz, trazendo consigo um céu limpo e um azul vibrante. O clima renovou a energia das ruas: mais pessoas circulando, mais barulho, mais vida. Assim passou a quinta-feira, com suas Quintanices.

Naquela quinta, ela tinha terapia. Organizou seu dia, seguiu a rotina matinal, lavou roupas, reparou as demandas a serem faladas e decidiu levar um bolo para compartilhar na sessão. Ao chegar, seguiu o ritual de sempre: pegou um copo d’água, entregou o bolo, e, com tudo preparado, começou a conversa. Entre tantos pontos levantados, havia um que a inquietava há anos.

Refletiu profundamente sobre a origem daquela questão. Seria algo errado com ela ou do ambiente em que vivia, o que ela precisava aprender com aquilo. Difícil chegar em uma conclusão quando envolve algo antigo. E ainda sim, havia disponibilidade. Insistiu. Sentiu uma aperto no coração. E, finalmente, disse o que precisava. Mais do que isso, ouviu o que precisava. Foi como arrancar um curativo de uma ferida já cicatrizada, mas que ainda era tratada como aberta e grave.

Se sentiu aliviada, com a sensação de que uma janela havia sido fechada e uma nova porta se abriu — um novo caminho, um novo aprendizado. Foi difícil fechar a janela, ela que sempre foi um ponto de vista e um direcionamento, o apego era muito forte e o medo de abrir a porta maior ainda. Foi necessário fazer o que precisava ser feito, mesmo que ela não gostasse. E depois foi ela quem mais gostou dos resultados que vieram. 

Naquele dia, entendeu que o orgulho a fazia carregar responsabilidades e lutar batalhas que não eram suas. Compreendeu que, em algumas situações e com certas pessoas, o melhor é apenas aceitar. A mudança, afinal, não depende dela, mas exclusivamente do outro. Naquela quinta-feira, ela foi à terapia. Naquela quinta-feira, ela aprendeu sobre aceitação. Ela aprendeu mais um pouco sobre si.

Grata por ler !

💋💋 

Um mundo fora do virtual, o Nosedive disfarçado

Nos últimos dias, tomei a decisão de reduzir ainda mais o tempo nas redes sociais. Esse pequeno ajuste me permitiu redirecionar a atenção para as atividades cotidianas e os pequenos detalhes que as acompanham. Com o passar do tempo, percebi mudanças significativas: minha ansiedade se tornou mais consciente, a desatenção começou a diminuir e minha percepção dos fatos ao redor se tornou mais aguçada.

O Efeito das Redes Sociais em Adultos

Embora os impactos negativos do uso excessivo de telas em crianças sejam amplamente discutidos, pouco se fala sobre os efeitos das redes sociais na saúde mental dos adultos. O uso prolongado influencia a rotina, os relacionamentos e até mesmo a interação social, muitas vezes nos colocando em uma posição de isolamento.

Esse isolamento não é apenas físico, mas também emocional. Ele nos leva a buscar incessantemente atenção, pertencimento e afeto no pequeno quadrado luminoso que carrega uma oferta infinita de dopamina. Essa armadilha digital nos impede de vivenciar plenamente a vida real, afastando-nos de interações genuínas e nos deixando vulneráveis a sentimentos de solidão e ansiedade.



Como Diminuir o Tempo nas Redes Sociais

Reduzir o tempo nas redes sociais é um passo essencial para reconectar-se com o momento presente e preservar a saúde mental. Aqui estão algumas práticas simples que podem ajudar:

  1. Estabeleça limites de uso: Utilize aplicativos de controle de tempo ou configure horários específicos para acessar redes sociais, alguns possuem essa possibilidade dentro deles mesmos.
  2. Crie momentos offline: Invista em hobbies, atividades ao ar livre ou até mesmo em momentos de pausa sem dispositivos.
  3. Exercite a atenção plena: Práticas como meditação, respiração consciente e registro de gratidão podem ajudar a focar no agora.
  4. Cultive conexões reais: Dedique tempo de qualidade a conversas presenciais, encontros com amigos e atividades em família.

Os Benefícios de Estar no Momento Presente

A vida real oferece sensações e experiências que não podem ser replicadas digitalmente. Ao reduzir o tempo nas redes sociais, você pode:

  • Redescobrir habilidades e talentos.
  • Melhorar a percepção do ambiente ao seu redor.
  • Fortalecer relacionamentos e conexões humanas genuínas.

                                         

Embora falar sobre os benefícios do momento presente seja comum, é crucial discutir como podemos nos manter nele. Esse desafio envolve escolhas diárias que podem transformar não apenas nossa percepção, mas também a forma como vivemos.

Reconectar-se com a vida real não significa abandonar a tecnologia, mas aprender a equilibrá-la. Como o episódio “Nosedive” de Black Mirror alerta, precisamos evitar que nossas vidas sejam regidas pela necessidade de aprovação virtual e cultivar a riqueza das experiências. É um convite para vivenciar plenamente o presente, cultivar interações significativas e redescobrir o que nos faz verdadeiramente humanos.


Como você pode cultivar mais momentos presentes em sua rotina hoje?


Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Tomaram minha filha do meu colo, e agora?” — O que é respeitar uma criança?

Muitas mães e pais já passaram por isso. Talvez nem tenham percebido as consequências do ato, ou tenham sentido um aperto no coração, mas preferiram relevar. Trouxe esse exemplo hoje para conversarmos um pouco sobre o desrespeito infantil.

Em tempos em que repensamos o impacto do nosso comportamento e da mídia na infância, é urgente refletir: onde começa o desrespeito com a criança? Muitas vezes, ele é cultural, tão comum que passa despercebido. E me pergunto: será que a aceitação de relações tóxicas na vida adulta tem raízes em uma educação desrespeitosa?

                                                          Tomaram minha filha do meu colo, e agora?” — O que é respeitar uma criança?

Desde bebês, aprendemos regras sociais e comportamentos esperados. Meninos e meninas sentem o peso dos padrões impostos — como o ideal de masculinidade ou a cobrança sobre como uma menina deve se portar. Muitas vezes somos ensinados a calar sentimentos, a obedecer sem questionar, a “aceitar” porque é da família ou porque é mais velho.

Quem nunca ouviu na infância: “Isso é assunto de adulto”, “Você não entende ainda”? Essas frases, por mais comuns que pareçam, reforçam uma educação que invalida a criança como sujeito.

Quando lemos os Direitos das Crianças e Adolescentes, nos deparamos com itens básicos: alimentação, higiene, saúde... Coisas óbvias, mas que só estão ali porque ainda são negligenciadas. E o respeito também está entre esses direitos.

                                                               Tomaram minha filha do meu colo, e agora?” — O que é respeitar uma criança?

Muitas vezes, repetimos padrões sem perceber. Agimos no automático, porque foi assim conosco. E não estamos falando de permissividade, mas de respeito real: escutar, observar, validar, ensinar com empatia.

Sim, sei que esse é um tema polêmico. Ainda há quem defenda uma criação baseada no medo ou na obediência cega. Mas educar com respeito não é abrir mão dos limites. Pelo contrário: é justamente colocá-los de forma mais consciente.

Então... tomaram minha filha do meu colo. E agora?

Minha resposta pode parecer simples: tenha bom senso.

Observe o contexto:

  • Quem foi a pessoa?

  • A criança se sentiu segura ou desconfortável?

  • Foi algo pontual e carinhoso ou uma imposição desnecessária?

Se houve desconforto, pontue. Se necessário, converse com calma com quem agiu. E mais importante: converse com seu filho. Mostre que ele tem voz. Que pode (e deve) ser respeitado desde cedo.

                                                         Adulto acolhendo criança no colo com carinho e respeito em ambiente familiar

Mas então, posso deixar meu filho fazer tudo o que quer?

Claro que não. Respeitar uma criança não significa ausência de limites. Rotinas como escovar os dentes, tomar banho, se alimentar bem são inegociáveis. Mas se ela não quiser cumprimentar alguém, não quiser sair do seu colo ou preferir não conversar, está tudo bem. São escolhas sobre o próprio corpo e espaço.

Esse tema sempre gera reflexões profundas na terapia. O respeito que oferecemos hoje às crianças molda o tipo de amor e aceitação que elas vão esperar (e permitir) no futuro.

Você gostaria de ser tratado da mesma forma que trata uma criança?

Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋

A vida como ela é (reflexão após assistir Soul)


Trecho do filme Soul com a personagem 22 observando a vida com simplicidade

Várias mudanças e evoluções surgem no nosso dia a dia — na tecnologia, nos conceitos sociais, nas tendências de moda, cores e estampas. Pequenas transformações que, se olharmos com atenção, causam impactos significativos.

Uma mudança que me chamou atenção — principalmente depois que a maternidade chegou — foi como os filmes infantis mudaram de temática. Hoje, vemos histórias que resgatam valores profundos e fazem nós, pais, refletirmos também. Entre vários lançamentos recentes, o que mais me marcou foi o filme Soul, da Disney Pixar.

Uma animação com trilha sonora envolvente, efeitos visuais delicados e uma narrativa sensível que nos convida a pensar:
Qual é o verdadeiro sentido da vida? Qual é a nossa missão?

Depois que assisti, senti que estava me perdendo na rotina e me esquecendo do essencial: ser grata e apreciar as pequenas coisas.
Como ouvir uma boa música com fone, brincar com minha filha após um dia corrido, sentir o aroma da comida no fogão... Coisas simples, mas que preenchem nossa alma.

                                                        A vida como ela é (reflexão após assistir Soul)

E não era só isso — eu também havia parado de reconhecer minhas próprias transformações. As conquistas pessoais e profissionais, os processos de amadurecimento e superação.

É comum ouvirmos frases como:
— “Ah, mas quando não tem filhos é fácil.”
— “Quando não é casado, é tranquilo.”
— “Quando tem dinheiro sobrando até eu!”

Mas, será?
As crianças — até uma certa idade — se divertem com uma tampinha, uma chave ou um papel colorido. São os adultos que ensinam que a felicidade está no ter, e não no ser. Imersos nas cobranças e na rotina, acabamos esquecendo de olhar com atenção para o presente e para a família que construímos.

E me peguei pensando:
A criança que eu fui teria orgulho do adulto que me tornei?

Essas mudanças sutis em filmes como Soul me tocaram profundamente. Há uma cena em que a alma 22 aprecia algo comum, corriqueiro. E ali percebi que eu também havia parado de me permitir ver a beleza nas pequenas experiências do dia a dia.

A transitoriedade é inevitável. E como diz o paradoxo da dicotomia, o que realmente importa é o caminho.

A vida acontece agora.

Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋

Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços


Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços

Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços

Às vezes nos sentimos tristes, angustiados ou com aquele aperto no peito quando algo chega ao fim — seja um objeto material ou uma relação. Por exemplo, quando mudamos de emprego e sentimos falta do anterior, mesmo tendo feito uma boa escolha. Esses momentos também fazem parte do luto.

Na psicologia, o luto é considerado um processo, não um ponto fixo. Não há uma definição única que explique completamente esse estado emocional. Em várias das minhas leituras, especialmente dentro da abordagem Freudiana, um conceito que me marcou foi o da Transitoriedade. Para Freud, esse seria o ponto final do luto — quando conseguimos reconhecer que é possível e necessário nos abrirmos para novas experiências e afetos.

A transitoriedade está ligada à capacidade de contemplar e agradecer. Quando estamos em paz conosco, conseguimos olhar para o que passou com gratidão, sem culpa. E essa maturidade emocional transforma a dor da perda em um reconhecimento: foi bom enquanto durou.

Um exemplo claro seria a morte de alguém querido. Por mais dolorosa que seja, com o tempo e acolhimento, é possível lembrar dessa pessoa com carinho, focando nos aprendizados, nas risadas, nas experiências vividas. Isso é maturidade emocional — e também é acolhimento do processo de luto.

Mas não é fácil chegar nesse ponto. É um caminho que exige disponibilidade para refletir, aceitar e enfrentar. Muitas vezes, sentimos medo ao dar esses passos. E está tudo bem sentir medo. O importante é se permitir passar por esse enfrentamento com gentileza.

Com o tempo, entendi que a transitoriedade também carrega aquele ditado conhecido: “a gente só dá valor depois que perde”. É depois de viver um luto — de qualquer tipo — que percebemos como tudo é passageiro. E justamente por isso, precisamos valorizar o agora, amar mais, viver com mais intenção e ser gratos pelas pequenas coisas.

Mudanças fazem parte da vida. E os lutos, por mais dolorosos, também são portas para aprendizados e recomeços. 🌿

Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋💋




A Constância na Maternidade: Entre o Luto, a Ansiedade e o Recomeço

Depois que escolhi passar pelo processo da maternidade e de me reconhecer como uma nova mulher, uma coisa que mudou de forma radical — e que ainda estou elaborando — foi a minha constância. Sempre fui o tipo de pessoa que buscava manter a rotina em dia e as atividades em ordem de prioridade. Acredito que isso se relaciona com a minha necessidade de controle, que me fazia sentir mais confortável diante das situações. Lidar com essa mudança também trouxe sentimentos que se assemelham ao luto.

A rotina de um bebê é, em muitos momentos, regrada: horários para se alimentar, trocar fraldas, brincar, dormir... E ainda surgem novas demandas com o desenvolvimento, como vigiar riscos pela casa, objetos perigosos ou pequenos, e outras situações típicas de cada fase. Além disso, há os dias em que adoecem e querem apenas colo.

                                                         A Constância na Maternidade: Entre o Luto, a Ansiedade e o Recomeço

Conciliar a nossa rotina com a rotina do bebê exige abrir mão de algumas prioridades pessoais para atender às necessidades dele. Afinal, ele ainda não tem autonomia para fazer muitas coisas sozinho, como comer ou se vestir. Essa conciliação afeta diretamente a constância: mantemos disciplina com a rotina do bebê, mas esquecemos da nossa como mulheres.

E pensa… Para quem sempre teve uma rotina organizada, mudar as prioridades foi desafiador. A cobrança externa continua vindo, e com ela cresce também a autocobrança. Adaptar-se a isso virou um exercício contínuo de honestidade comigo mesma — e de enfrentamento da ansiedade.

                                                        

Sim, enfrentamento de ansiedade. Quando entramos nesse ciclo, tendemos a evitar situações que a disparam. Podemos procrastinar ou até paralisar, e isso impacta todas as áreas da vida. E quando trazemos isso à consciência, vêm as perguntas: “Por que tenho que ser assim?” ou “Onde eu estava com a cabeça para agir assim?”.

E o que mais acontece? Programo meu dia com base no anterior, mas minha filha acorda com uma nova demanda. Aí não consigo fazer o que planejei, me cobro, ouço cobranças, e vem a ansiedade. Me sinto frustrada por “falhar” no plano e, para não sentir isso de novo, evito repetir as tentativas. Cansaço e frustração somam forças. Acredito que muitos cuidadores diretos de bebês passem por isso.

                                                         

Lidar com tudo isso é exaustivo. E há dias em que não damos conta — e tudo bem! Seja eu, ou qualquer outra mãe e pai passando por isso: tudo bem precisar parar e descansar. Somos humanos. Adaptar nossa constância à nova rotina é desafiador, mas não impossível. Gestão de tempo e produtividade também precisam de energia para acontecer.

Lembremos de dar o nosso melhor dentro da nossa realidade, usar nossos talentos a nosso favor e viver no presente. A vida é um presente. O passado é uma foto, e o futuro… a Deus pertence.

Até a próxima. Te vejo na terapia.

💋💋


O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende

Como a maioria das coisas que acontecem ao longo da vida, algumas situações nos colocam diante de desafios que parecem impossíveis de resolver. Às vezes, nem conseguimos enxergar o aprendizado por trás de tudo aquilo.

O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende

Momentos assim são importantes: eles nos desafiam a sair da zona de conforto e nos convidam a exercitar valores como persistência, tolerância e resiliência.

Pensando nisso, me vem à mente um conto budista que sempre me faz refletir. É o conto dos Dois Monges e uma Mulher — e vale a leitura com carinho:

Dois monges, muito amigos, sempre cumpriam seus afazeres juntos. Seguiam com fidelidade os mandamentos da religião, e entre eles havia um que dizia: não tocar em mulheres.

Certo dia, atravessando a floresta para ir até o vilarejo comprar mantimentos, encontraram uma mulher prestes a se afogar ao tentar cruzar um rio.

Um dos monges disse:
– Não podemos ajudá-la. Fizemos o voto de não tocar em mulher nenhuma.

O outro respondeu:
– Também fizemos o voto de ajudar todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem distinção.

Sem pensar duas vezes, ele pulou no rio, colocou a mulher nas costas e a levou até a outra margem.

Seguiram então o caminho em silêncio. O monge que ajudou estava sereno. O outro, carrancudo.

Horas depois, o que não ajudou desabafou:
– Você não deveria tê-la carregado! Isso foi um erro. Ela será um peso para sua caminhada...

E o outro respondeu, com calma:
– Eu deixei a mulher na margem do rio. Quem ainda a está carregando é você.

Esse conto me toca profundamente.

Quantas vezes na vida a gente carrega fardos que já poderiam ter sido deixados para trás?
Quantas vezes nos prendemos a obstáculos ou situações que já passaram — ou que nem partem diretamente de nós — e isso nos trava, nos desgasta, nos impede de avançar?


Conto dos Dois Monges e a Mulher

Nos apegamos ao orgulho, à mágoa, à culpa, e sem perceber alimentamos um mal-estar desnecessário. Isso se reflete em nossas relações, no trabalho, e até na saúde física e emocional.

Obstáculos existem, sim. Mas às vezes, a dor não está mais no fato em si — está na forma como a gente continua carregando ele.

🌿✨

Até a próxima.
Te vejo na terapia.







Quando a música toca o coração: sentimentos, memórias e conexões

Tem dias em que acordamos com vontade de ouvir música, mas não conseguimos encontrar o estilo, a letra ou a melodia que combinem com o que queremos dizer para nós mesmos — ou com a vibe que estamos sentindo. A música tem um poder de influência enorme sobre nós e sobre nossas atividades cerebrais. Pode despertar sentimentos, ativar memórias e nos fazer lembrar de acontecimentos marcantes da vida.

Ela também pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de habilidades sociais, funções cognitivas e até para melhorar a qualidade de vida. Tanto que já é utilizada por profissionais que trabalham com musicoterapia, agregando ainda mais valor ao processo terapêutico.

                                                             Quando a música toca o coração: sentimentos, memórias e conexões

Há melodias que nos fazem refletir sobre a vida, sobre como algumas pessoas nos surpreendem — não necessariamente de forma boa ou ruim, mas pela profundidade da sua subjetividade. Às vezes, quem menos imaginamos é quem mais nos compreende. E também há aquelas músicas que nos acolhem quando o coração aperta e a alma pede colo.

Quanto aos acontecimentos da vida, podem vir em forma de surpresas — boas ou difíceis. Um resultado que não esperávamos, uma decepção, um sonho conquistado com coragem, ou até a visita a um lugar idealizado que era completamente diferente do que imaginávamos. E tudo bem. Que bom que vivemos isso! Que bom que estivemos presentes para aprender com cada etapa.

Algumas letras de músicas parecem conversar diretamente com a gente. Dizem exatamente o que precisamos ouvir, mostram uma saída ou simplesmente nos fazem entrar no clima. Sabe aquele dia que bate uma bad e a gente coloca aquela música mais melancólica que parece ter sido feita pra gente? Quase como uma cena de filme em que o personagem principal passa por uma desilusão ou percebe que cometeu um erro… Ou então, quando uma música nos transporta para um momento feliz que queremos reviver para sempre.

                                                          Imagem representando o poder da música sobre as emoções e memórias afetivas

Pensando nisso, resolvi compartilhar uma playlist pessoal do Spotify — músicas que costumo ouvir quando estou escrevendo ou refletindo. Elas me ajudam a elaborar emoções, processar situações e, às vezes, só lembrar de momentos únicos. Se você se identificar com alguma, que bom! Isso significa que estamos conectados por sentimentos em comum.

Quando toca o coração e faz a gente parar para pensar... virou música para os nossos ouvidos. 🎧

❤♪♫♩♫♭♪♯♬♮♫♩♫♭♪♯♬♮♬♪♫ ❤

Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋

O Amor Tem Nome, Cheiro e Cor: uma reflexão sensível sobre amar



O amor tem nome, tamanho, cheiro, som e cor...

Tem o nome da pessoa que fica constantemente em nossos pensamentos.
Tem o tamanho — não só da sua altura — mas da intensidade com que o sentimos.
Tem o cheiro do perfume preferido que o outro usa,
o som da voz que mais desejamos ouvir
e a cor dos olhos, cabelos, pele...

Quando estamos amando, tudo fica mais vivo.
Mais colorido. Mais cheiroso. Mais sonoro. Mais alegre.

Ficamos bobos só de olhar uma foto.
Lembramos do momento em que ela foi tirada, sorrimos sozinhos...
Fazemos de tudo para que cada encontro, cada telefonema, cada mensagem, seja perfeito.

E mesmo os gestos simples — uma brincadeira, um carinho —
se tornam eternos na nossa memória, capazes de sobrepor tristezas antigas.

Estar com alguém, seja namorando ou casado, vai muito além de uma “figura de amor”.
A convivência, as pequenas diferenças, os momentos difíceis...
Tudo isso é amor também.

O Amor Tem Nome, Cheiro e Cor: uma reflexão sensível sobre amar

Assim como o amor da família, que às vezes é silencioso,
mas está ali — firme — quando nos sentimos sozinhos.

Mas nem sempre o amor é leve.
O amor também pode ser cruel, quando não é correspondido.
Ele faz doer o peito e o corpo de formas que nem imaginávamos.
E, ainda assim, é restaurador:
porque podemos amar de novo, e de novo...
e transformar o nosso mundo no paraíso.

Quem ama não mede esforços.
Não espera nada em troca.
É generoso. É manhoso. É bobo.

Bobo no melhor dos sentidos:
vive o presente com intensidade,
se doa sem reservas,
e quer, o tempo todo, estar nos braços de quem ama.

Existem muitas formas de dizer “eu te amo”.
E, para mim, a mais verdadeira nem sempre é falada.
Ela acontece no olhar.

O Amor Tem Nome, Cheiro e Cor: uma reflexão sensível sobre amar

Quando os olhos brilham só de ouvir o nome do outro...
ali está o amor.

Amar também é sentir ciúmes,
brigar por uma ligação que não veio,
e resolver tudo com um beijo.

É ouvir aquela música e lembrar dos melhores momentos.
É ver aquele filme e imaginar a pessoa amada ao seu lado.
É sentir saudade, borboletas no estômago, mãos suadas e joelhos trêmulos. #risos

Vivemos à mercê do amor.

Então, não tenha medo de se apaixonar.
Não tenha medo de sofrer.

A vida é cheia de obstáculos —
mas quem ama de verdade, encontra força para vencer todos eles.

Até a próxima. Te vejo na terapia. 🌿