Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.
As vezes a gente só precisa de um lugar para uma boa conversa e reflexões pertinentes.
Sacudindo a poeira: recomeços, autocuidado e escuta de si
Eu desabafava, falava sobre minha percepção de mundo e em como amadurecer era um processo um tanto complexo para mim. Com uma visão um pouco diferente, o direcionamento dos textos agora serão de experiências pontuais e temais mais específicos, pois penso que experiências podem ocorrer de forma semelhante com outras pessoas, então porque não compartilhar a minha e de alguma maneira mostrar para o outro que ele não está só.
Nº IV - Entre Sessões e Silêncios: Entre uma Neosa e uma verdade difícil
Sobrecarga foi o tema conversado, e as consequências disso. Seria de trabalho? De decisões tomadas? De tentativas constante de manter tudo sob controle? Ou até de todas as opções anteriores.
E ela decidiu: vai agarrá-las pelas barbas.
Velho ou jovem com experiência? Uma reflexão sobre envelhecimento, cobrança e identidade
Velho ou jovem com experiência?
Ontem, durante o atendimento de uma desenvolvida, conversamos sobre chegar aos 30 anos. Para alguns, isso representa um marco de maturidade. Para outros, um fardo silencioso.
Um simples par de números que muda anualmente, mas que traz consigo tantas descobertas — e receios.
🪞 A imagem da idade: o velho como ultrapassado
No meio da conversa, surgiram frases como “estou ficando velha”, acompanhadas de ideias sobre pintar os cabelos ou fazer botox. Isso me fez refletir: como entendemos e lidamos com o envelhecer?
Por muito tempo, fomos ensinados que “envelhecer” é sinônimo de atraso, de decadência. Que manter-se jovem é estar atualizado, moderno. Misturamos imagem com idade. E esquecemos da maturidade, do conhecimento, da profundidade.
👥 Experiência não tem idade
Se olharmos com calma, vemos jovens com pensamentos engessados e idosos com ideias surpreendentemente novas. Muitas empresas mundialmente conhecidas surgiram após os 40 — McDonald’s, Nestlé, Coca-Cola, IBM…
O desenvolvimento da mente não tem prazo de validade. E o pensamento fresco pode vir em qualquer fase da vida.
⏳ As armadilhas dos marcos de idade
A cada década, novas pressões:
-
Aos 10, precisamos “deixar de ser criança”.
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Aos 20, ter uma carreira em curso.
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Aos 30, um trabalho estável e uma família.
-
Aos 40, maturidade.
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Aos 50, sabedoria.
-
Aos 60, razão.
-
Aos 70+, viramos referência de “iluminados” — quase como um Buda da vida real.
É como se cada número trouxesse um novo pacote de exigências — sociais e internas.
🧠 Será medo da idade… ou medo das cobranças?
Talvez o medo de envelhecer não esteja na idade em si, mas na pressão de não alcançar o que esperam de nós. E isso é exaustivo.
Ressignificar as limitações, aceitar o tempo e acolher as mudanças exige coragem — especialmente para quem ainda mantém sua “Gabriela interior” forte: “eu nasci assim, eu cresci assim...”
🌿 Envelhecer pode ser libertador
Envelhecer não é apenas sobre o corpo. É sobre tempo interno.
É sobre olhar pra dentro e ver tudo o que já mudou — com orgulho e leveza.
Observar nossas conquistas, acolher nossos erros, rir de algumas fases e se permitir viver outras. Isso também é autocuidado.
Te vejo na terapia.
Às vezes precisamos mudar de ideia: reflexão sobre amadurecimento e autocompaixão
Coragem para mudar: enfrentando o medo e ressignificando bloqueios
Nesse fim de semana, participei de um evento sobre empreendedorismo feminino. Durante uma atividade simples — encher um balão pensando no que mais me trava — algo começou a se movimentar dentro de mim.
Como toda boa paciente com tempo de terapia (😅), eu sabia o que estava colocando ali. Desenhei, escrevi, nomeei meu problema. Mas... não estourava o balão.
Enquanto outras mulheres estouravam seus balões logo nas primeiras palestras — e eu vibrava junto — percebi que meu processo era outro. Precisei de mais tempo, mais escuta, mais conexão.
Entre uma fala e outra, veio à tona algo importante: a necessidade de manter a mente em desenvolvimento contínuo. De me colocar no mundo, em sociedade, mesmo com minhas dificuldades de socialização. Sair da zona de conforto, falar, aparecer, me posicionar.
Heráclito já dizia: “Panta Rei” — tudo flui. E ali, eu flui.
🔍 A frase que virou chave: coragem na motivação ou no desespero?
Durante a segunda palestra da tarde, às 15h40, ouvi uma pergunta que me atravessou:
“Você vai enfrentar isso no auge da motivação ou no auge do desespero?”
Aquilo me pegou em cheio. Eu sabia o que precisava fazer. Eu precisava ressignificar meu medo.
💭 Sim, eu também sinto medo
Medo de ser julgada. Medo de falhar. Medo de ser rejeitada.
E, como falamos na última sessão de terapia, às vezes o medo está ligado a pessoas e contextos que precisaram ficar para trás — ou que eu precisei passar a ver com outros olhos.
O medo, nesse caso, não desaparece. Mas ele pode ser olhado, entendido e reorganizado.
✨ Ressignificar é um ato de coragem emocional
Fazer o que precisa ser feito, mesmo que você não goste.
Na terapia, é possível identificar quais crenças limitantes se ativam, quais gatilhos surgem, quais tipos de obstáculos aparecem e como lidar com tudo isso.
Ressignificar algo exige coragem, maturidade e abertura de coração.
Aceitar que sentimos medo também é coragem.
Tudo bem se você ainda sente que não é a hora. Mas... vale a pena pensar sobre isso.
Te vejo na terapia!
🌿📝
Altruísmo ou anulação? Reflexão sobre ajudar os outros sem se perder de si
Altruísmo e autoconhecimento: quando ajudar também é se perceber
No evento Empreendedora Imparável, que participei no dia 07/05, uma das palestrantes nos propôs uma tarefa diferente: perguntar a alguém (ou publicar nas redes sociais) quais três características vinham à mente quando pensavam em mim.
Confesso, foi desafiador. Bateu aquela ansiedade: e se vier algo negativo? Mas fui. Fiz. E me surpreendi!
🌟 Uma palavra em comum: altruísta
Entre as muitas respostas, teve uma que se repetiu em quase todas: altruísta.
Achei curioso. Fiquei feliz, confesso. E comecei a refletir mais profundamente sobre isso.
Altruísmo é um termo bonito, mas também muito mal compreendido. Então vim aqui conversar um pouco sobre ele — como conceito, mas principalmente como vivência.
🧠 O que é altruísmo, afinal?
Segundo Oliner (2002), o altruísmo é um comportamento voluntário voltado a ajudar outra pessoa, mesmo que isso envolva custo ou risco pessoal, sem esperar recompensas externas. É um comportamento pró-social, como afirmam Eisenberg e colaboradores (1989, 1999). Com o tempo — e terapia — entendi que ser altruísta não é se anular, mas sim agir com intenção, escuta e equilíbrio. E que a bondade, quando mal interpretada, pode ser vista como intromissão. Mas não é. É potência.
🤔 Mas... e quando a gente se machuca tentando ajudar?
Hoje em dia eu tenho mais cuidado. Observo se a pessoa realmente está aberta, se é o momento certo, se vale a pena. Mas nem sempre foi assim.
Antes de aprender a perguntar “você quer ajuda?”, eu ia logo agindo. E, como você pode imaginar, nem sempre fui bem recebida.
Fui podada. Fui mal interpretada. Fui chamada de exagerada.
Mas fui também amadurecendo. E entendi que ser boa não significa ser boba.
🧭 Quem é de verdade sempre aparece
Com o tempo, aprendi que existem pessoas que só sabem receber, sem oferecer troca. Gente que julga, que distorce, que tenta apagar o brilho do outro. Mas também aprendi a identificar essas relações — e me afastar com paz.
Costumo dizer que a vida, o universo e Deus nos mandam sinais.
Basta ter maturidade para enxergar. E coragem pra aceitar o que se vê.
(Esses dois últimos são sempre os mais difíceis, né? risos)
🌱 Ser altruísta com o outro… e com você mesma
Hoje eu também faço terapia. E digo isso com orgulho.
A mente precisa de cuidado como qualquer outra parte do nosso corpo.
A gente se preocupa com o coração quando come fritura, mas não se preocupa com o sono que não vem, com o cansaço emocional, com a exaustão invisível.
A terapia me ajuda a reorganizar. A ressignificar. A continuar sendo eu — inclusive nas partes que estou aprendendo a amar.
A arte de se adaptar: Como a Inteligência Emocional nos ajuda a lidar com o inesperado
Por que resistimos às mudanças?
Diante da incerteza, nossa mente nos leva a resistir e até resistir. Queremos segurança, previsibilidade, amparo, um terreno sólido sob os pés. Afinal, o desconhecido assusta. Mas a verdade é que a vida não se curva a nossas vontade e necessidade de controle. Quanto mais tentamos lutar contra o fluxo das mudanças, mais nos desgastamos. Aprender a fluir nas ondas das emoções pode trazer resultados mais duradouros e assertivos.
A inteligência emocional como chave da adaptação
Inteligência emocional não significa evitar emoções difíceis, mas saber interpretá-las e usá-las a nosso favor. Quando algo foge do nosso controle, podemos reagir com frustração e medo ou podemos enxergar a situação como uma oportunidade de aprendizado. Quando aprendemos que a rigidez leva à ruptura, enquanto a flexibilidade permite o crescimento, compreendemos sobre nosso processo de amadurecimento.
Cada mudança inesperada é um convite para olhar para dentro. Nos oferece a oportunidade de se questionar - O que essa situação tem a me ensinar? De que forma posso me reinventar sem perder minha essência? - Essas perguntas transformam desafios em possibilidades, permitindo que enxerguemos além do problema imediato.
Adaptar-se é evoluir
Adaptar-se não é ceder, não é desistir, é compreender que a rigidez quebra, mas a fluidez transforma. Assim como a água contorna obstáculos sem perder sua natureza, precisamos aprender a flexibilizar nossas certezas para não nos tornarmos prisioneiros delas.
No fim das contas, não é a vida que precisa se moldar a nós, mas nós que precisamos aprender a dançar ao ritmo dela. A capacidade de adaptação é a ponte entre o sofrimento e a evolução. E quanto mais cedo compreendermos isso, mais leves e resilientes nos tornamos.
Se adaptar às mudanças sem pirar: Dicas da TCC
A vida tá sempre mudando, e nem sempre essas mudanças vêm de forma tranquila. Se adaptar pode ser difícil e, muitas vezes, gera muita ansiedade. Mas dá pra aprender a lidar melhor com isso, acredite se quiser. Escolhi escrever hoje, sobre como a psicoterapia baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode te ajudar a encarar as mudanças sem tanto estresse. Mas primeiro...
O que é Adaptabilidade e Por que isso é importante?
Ser adaptável é basicamente conseguir lidar com novas situações, da melhor maneira dentro da sua possibilidade, sem sofrer tanto. Como o mundo tá sempre mudando, essa habilidade faz toda a diferença - que também tá junto com a resiliência mas aí é outro papo-. Se a gente tem dificuldade pra se adaptar, acabamos sentindo mais insegurança, estresse e ansiedade.
Ansiedade e Dificuldade de Mudança: Qual a Relação?
Sentir ansiedade quando algo muda é super normal. O problema é quando esse medo atrapalha sua vida. Alguns sinais de que a ansiedade tá pegando pesado:
Pensar no pior cenário sempre;
Medo de sair da zona de conforto;
Procrastinar mudanças importantes;
Ter sintomas físicos, como tensão muscular e insônia;
A boa notícia? A TCC tem ferramentas bem práticas pra te ajudar a reduzir a ansiedade e aumentar sua capacidade de adaptação.
Seguem as dicas:
A TCC mostra que nossos pensamentos influenciam como nos sentimos e agimos. Com algumas mudanças na forma de pensar, dá pra enfrentar as mudanças de um jeito mais tranquilo. Olha só:
1. Mudança de pensamento
A famosa reestruturação cognitiva te ajuda a transformar pensamentos negativos em algo mais realista. Por exemplo:
Pensamento inicial: "Não vou conseguir lidar com essa mudança."
Pensamento ajustado: "Vai ser um desafio, mas posso aprender a lidar."
2. Enfrente o Medo aos Poucos
Se esconder das mudanças só aumenta o medo. A ideia aqui é ir se expondo aos poucos, pra mostrar pro seu cérebro que você consegue lidar com isso.
3. Respira Fundo e Relaxa
Técnicas como mindfulness, relaxamento muscular progressivo e exercícios de respiração ajudam a manter a calma e a clareza para encarar as mudanças.
4. Planeje e Siga no seu ritmo
Quebrar grandes desafios em pequenas metas faz tudo parecer menos assustador. Cada pequena conquista te dá mais confiança pra seguir em frente.
5. Seja gentil com você mesmo
Mudanças não são fáceis e tá tudo bem não acertar de primeira. Se tratar com mais paciência e aceitação ajuda muito nesse processo. Quando perceber que está difícil abrace alguém por mais de 30 segundos, ou abrace um travesseiro pelo mesmo tempo e sinta o acolhimento.
Saber se adaptar é essencial pra ter uma vida mais leve, se a ansiedade tá te travando, buscar ajuda profissional pode ser um ótimo passo pra melhorar seu bem-estar.
Nº III - Entre Sessões e Silêncios: O Encontro com a Vulnerabilidade
Mais uma sessão de terapia, mais um questionamento que insiste em ecoar na mente, como se fosse um sussurro que nunca se cala. Uma conversa densa, tensa e profunda. Retrospectivas se desenrolaram como filmes antigos, ciclos finalmente foram entendidos e, assim, teve início o doloroso e libertador processo de encerrá-los. Quantas vezes esse cenário se repetiu? Quantas vezes a vida foi ressignificada, não apenas pelos aprendizados obtidos, mas pela coragem de mudar o modo de enxergá-la?
Nº II - Entre Sessões e Silêncios: Naquela quinta, ela tinha Terapia.
Nº II
A quinta-feira amanheceu nublada. Pela manhã, tempestades marcaram presença: algumas pessoas reclamavam por terem se molhado, enquanto outras agradeciam pela chuva. O trânsito estava mais lento, e, mesmo com o céu cinza, o calor nos lembrava que era apenas mais uma típica chuva de verão. À tarde, o sol apareceu, iluminando o dia com sua cor e luz, trazendo consigo um céu limpo e um azul vibrante. O clima renovou a energia das ruas: mais pessoas circulando, mais barulho, mais vida. Assim passou a quinta-feira, com suas Quintanices.
Naquela quinta, ela tinha terapia. Organizou seu dia, seguiu a rotina matinal, lavou roupas, reparou as demandas a serem faladas e decidiu levar um bolo para compartilhar na sessão. Ao chegar, seguiu o ritual de sempre: pegou um copo d’água, entregou o bolo, e, com tudo preparado, começou a conversa. Entre tantos pontos levantados, havia um que a inquietava há anos.
Refletiu profundamente sobre a origem daquela questão. Seria algo errado com ela ou do ambiente em que vivia, o que ela precisava aprender com aquilo. Difícil chegar em uma conclusão quando envolve algo antigo. E ainda sim, havia disponibilidade. Insistiu. Sentiu uma aperto no coração. E, finalmente, disse o que precisava. Mais do que isso, ouviu o que precisava. Foi como arrancar um curativo de uma ferida já cicatrizada, mas que ainda era tratada como aberta e grave.
Se sentiu aliviada, com a sensação de que uma janela havia sido fechada e uma nova porta se abriu — um novo caminho, um novo aprendizado. Foi difícil fechar a janela, ela que sempre foi um ponto de vista e um direcionamento, o apego era muito forte e o medo de abrir a porta maior ainda. Foi necessário fazer o que precisava ser feito, mesmo que ela não gostasse. E depois foi ela quem mais gostou dos resultados que vieram.
Naquele dia, entendeu que o orgulho a fazia carregar responsabilidades e lutar batalhas que não eram suas. Compreendeu que, em algumas situações e com certas pessoas, o melhor é apenas aceitar. A mudança, afinal, não depende dela, mas exclusivamente do outro. Naquela quinta-feira, ela foi à terapia. Naquela quinta-feira, ela aprendeu sobre aceitação. Ela aprendeu mais um pouco sobre si.
Um mundo fora do virtual, o Nosedive disfarçado
Nos últimos dias, tomei a decisão de reduzir ainda mais o tempo nas redes sociais. Esse pequeno ajuste me permitiu redirecionar a atenção para as atividades cotidianas e os pequenos detalhes que as acompanham. Com o passar do tempo, percebi mudanças significativas: minha ansiedade se tornou mais consciente, a desatenção começou a diminuir e minha percepção dos fatos ao redor se tornou mais aguçada.
O Efeito das Redes Sociais em Adultos
Embora os impactos negativos do uso excessivo de telas em crianças sejam amplamente discutidos, pouco se fala sobre os efeitos das redes sociais na saúde mental dos adultos. O uso prolongado influencia a rotina, os relacionamentos e até mesmo a interação social, muitas vezes nos colocando em uma posição de isolamento.
Esse isolamento não é apenas físico, mas também emocional. Ele nos leva a buscar incessantemente atenção, pertencimento e afeto no pequeno quadrado luminoso que carrega uma oferta infinita de dopamina. Essa armadilha digital nos impede de vivenciar plenamente a vida real, afastando-nos de interações genuínas e nos deixando vulneráveis a sentimentos de solidão e ansiedade.
Como Diminuir o Tempo nas Redes Sociais
Reduzir o tempo nas redes sociais é um passo essencial para reconectar-se com o momento presente e preservar a saúde mental. Aqui estão algumas práticas simples que podem ajudar:
- Estabeleça limites de uso: Utilize aplicativos de controle de tempo ou configure horários específicos para acessar redes sociais, alguns possuem essa possibilidade dentro deles mesmos.
- Crie momentos offline: Invista em hobbies, atividades ao ar livre ou até mesmo em momentos de pausa sem dispositivos.
- Exercite a atenção plena: Práticas como meditação, respiração consciente e registro de gratidão podem ajudar a focar no agora.
- Cultive conexões reais: Dedique tempo de qualidade a conversas presenciais, encontros com amigos e atividades em família.
Os Benefícios de Estar no Momento Presente
A vida real oferece sensações e experiências que não podem ser replicadas digitalmente. Ao reduzir o tempo nas redes sociais, você pode:
- Redescobrir habilidades e talentos.
- Melhorar a percepção do ambiente ao seu redor.
- Fortalecer relacionamentos e conexões humanas genuínas.
Embora falar sobre os benefícios do momento presente seja comum, é crucial discutir como podemos nos manter nele. Esse desafio envolve escolhas diárias que podem transformar não apenas nossa percepção, mas também a forma como vivemos.
Reconectar-se com a vida real não significa abandonar a tecnologia, mas aprender a equilibrá-la. Como o episódio “Nosedive” de Black Mirror alerta, precisamos evitar que nossas vidas sejam regidas pela necessidade de aprovação virtual e cultivar a riqueza das experiências. É um convite para vivenciar plenamente o presente, cultivar interações significativas e redescobrir o que nos faz verdadeiramente humanos.
Como você pode cultivar mais momentos presentes em sua rotina hoje?
A vida como ela é (reflexão após assistir Soul)
Várias mudanças e evoluções surgem no nosso dia a dia — na tecnologia, nos conceitos sociais, nas tendências de moda, cores e estampas. Pequenas transformações que, se olharmos com atenção, causam impactos significativos.
Uma mudança que me chamou atenção — principalmente depois que a maternidade chegou — foi como os filmes infantis mudaram de temática. Hoje, vemos histórias que resgatam valores profundos e fazem nós, pais, refletirmos também. Entre vários lançamentos recentes, o que mais me marcou foi o filme Soul, da Disney Pixar.
Uma animação com trilha sonora envolvente, efeitos visuais delicados e uma narrativa sensível que nos convida a pensar:
Qual é o verdadeiro sentido da vida? Qual é a nossa missão?
Depois que assisti, senti que estava me perdendo na rotina e me esquecendo do essencial: ser grata e apreciar as pequenas coisas.
Como ouvir uma boa música com fone, brincar com minha filha após um dia corrido, sentir o aroma da comida no fogão... Coisas simples, mas que preenchem nossa alma.
E não era só isso — eu também havia parado de reconhecer minhas próprias transformações. As conquistas pessoais e profissionais, os processos de amadurecimento e superação.
É comum ouvirmos frases como:
— “Ah, mas quando não tem filhos é fácil.”
— “Quando não é casado, é tranquilo.”
— “Quando tem dinheiro sobrando até eu!”
Mas, será?
As crianças — até uma certa idade — se divertem com uma tampinha, uma chave ou um papel colorido. São os adultos que ensinam que a felicidade está no ter, e não no ser. Imersos nas cobranças e na rotina, acabamos esquecendo de olhar com atenção para o presente e para a família que construímos.
E me peguei pensando:
A criança que eu fui teria orgulho do adulto que me tornei?
Essas mudanças sutis em filmes como Soul me tocaram profundamente. Há uma cena em que a alma 22 aprecia algo comum, corriqueiro. E ali percebi que eu também havia parado de me permitir ver a beleza nas pequenas experiências do dia a dia.
A transitoriedade é inevitável. E como diz o paradoxo da dicotomia, o que realmente importa é o caminho.
A vida acontece agora.
Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋
Oh Coração: um poema de despedida, saudade e amadurecimento
Esse é só mais um mergulho pelos mares da poesia e das rimas. Um texto escrito por mim em 24/07/2012 e repostado agora, com um novo olhar. Quantos anos, quanta coisa mudou. Relembrar esse desabafo é perceber como amadureci, como as dores antigas se tornaram aprendizado e lembrança.
Na época, eu vivia o luto do fim de um relacionamento longo. Estava com o coração machucado e sem saber como lidar com o que sentia. Hoje, olho para esse texto com carinho, e deixo aqui registrado esse trecho de uma fase tão intensa da minha vida:
"Oh, Coração, por que insistes em sofrer por alguém que só lhe machucou...?
Você vive distraído com outro amor, mas quando tens a oportunidade, se tortura com as ofensas que lhe foram feitas e com as lembranças de momentos eternos que tiveram fim.
Oh, Coração, por que me faz pensar de forma tão traiçoeira?
Quando começo a me sentir bem, você ressurge com sua ferida ainda recente, tentando fazê-la sangrar e reviver a dor...
Imploro aos céus que ajudem esse coração ferido,
Que ainda tenta esquecer as mágoas, mas insiste em revivê-las.
Oh, Coração, será que gostas de sentir tudo isso novamente?
Minha mente vaga no tempo, buscando brechas entre as memórias que me atacam,
Para não pensar, para não recordar um passado que não vale mais a pena.
Oh, Coração, só te peço uma folga.
Desabafe quando for preciso, mas não torture minha mente.
Tu até podes suportar esse sentimento,
Mas minha mente se desfaz quando atacada por tuas lembranças perfeitas —
De momentos sublimes de um amor que não deu certo, mas que insistes em manter vivo...
Razão, que guia minhas ações, me ajude a controlar esse coração desenfreado.
Esse coração que quer se entregar novamente,
Mas que insiste em manter, nem que seja uma faísca,
De uma paixão que quase não existe mais.
Razão, ajude esse coração a esquecer.
Ou pelo menos, a deixar de lembrar.
Ajude-o a se entregar como meu corpo deseja
E minha alma grita — desesperada de vontade.
Oh, Coração, por favor!
Te imploro: tenha piedade de minha alma desolada.
Tenha compaixão com minha mente.
E que sejas voraz quando enfim se entregar,
Para sentir o gosto sublime de pensar em si mesmo como um ser esplêndido."**
Sofrer por amor, por mais doloroso que seja, pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da vida. Amar — e continuar capaz de amar, depois de tudo — é uma força linda de se ver.
E você? Já sofreu por amor alguma vez? Me conta nos comentários 🥰
Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋
Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços
Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços
Às vezes nos sentimos tristes, angustiados ou com aquele aperto no peito quando algo chega ao fim — seja um objeto material ou uma relação. Por exemplo, quando mudamos de emprego e sentimos falta do anterior, mesmo tendo feito uma boa escolha. Esses momentos também fazem parte do luto.
Na psicologia, o luto é considerado um processo, não um ponto fixo. Não há uma definição única que explique completamente esse estado emocional. Em várias das minhas leituras, especialmente dentro da abordagem Freudiana, um conceito que me marcou foi o da Transitoriedade. Para Freud, esse seria o ponto final do luto — quando conseguimos reconhecer que é possível e necessário nos abrirmos para novas experiências e afetos.
A transitoriedade está ligada à capacidade de contemplar e agradecer. Quando estamos em paz conosco, conseguimos olhar para o que passou com gratidão, sem culpa. E essa maturidade emocional transforma a dor da perda em um reconhecimento: foi bom enquanto durou.
Um exemplo claro seria a morte de alguém querido. Por mais dolorosa que seja, com o tempo e acolhimento, é possível lembrar dessa pessoa com carinho, focando nos aprendizados, nas risadas, nas experiências vividas. Isso é maturidade emocional — e também é acolhimento do processo de luto.
Mas não é fácil chegar nesse ponto. É um caminho que exige disponibilidade para refletir, aceitar e enfrentar. Muitas vezes, sentimos medo ao dar esses passos. E está tudo bem sentir medo. O importante é se permitir passar por esse enfrentamento com gentileza.
Com o tempo, entendi que a transitoriedade também carrega aquele ditado conhecido: “a gente só dá valor depois que perde”. É depois de viver um luto — de qualquer tipo — que percebemos como tudo é passageiro. E justamente por isso, precisamos valorizar o agora, amar mais, viver com mais intenção e ser gratos pelas pequenas coisas.
Mudanças fazem parte da vida. E os lutos, por mais dolorosos, também são portas para aprendizados e recomeços. 🌿
Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋💋
A Constância na Maternidade: Entre o Luto, a Ansiedade e o Recomeço
Depois que escolhi passar pelo processo da maternidade e de me reconhecer como uma nova mulher, uma coisa que mudou de forma radical — e que ainda estou elaborando — foi a minha constância. Sempre fui o tipo de pessoa que buscava manter a rotina em dia e as atividades em ordem de prioridade. Acredito que isso se relaciona com a minha necessidade de controle, que me fazia sentir mais confortável diante das situações. Lidar com essa mudança também trouxe sentimentos que se assemelham ao luto.
A rotina de um bebê é, em muitos momentos, regrada: horários para se alimentar, trocar fraldas, brincar, dormir... E ainda surgem novas demandas com o desenvolvimento, como vigiar riscos pela casa, objetos perigosos ou pequenos, e outras situações típicas de cada fase. Além disso, há os dias em que adoecem e querem apenas colo.
Conciliar a nossa rotina com a rotina do bebê exige abrir mão de algumas prioridades pessoais para atender às necessidades dele. Afinal, ele ainda não tem autonomia para fazer muitas coisas sozinho, como comer ou se vestir. Essa conciliação afeta diretamente a constância: mantemos disciplina com a rotina do bebê, mas esquecemos da nossa como mulheres.
E pensa… Para quem sempre teve uma rotina organizada, mudar as prioridades foi desafiador. A cobrança externa continua vindo, e com ela cresce também a autocobrança. Adaptar-se a isso virou um exercício contínuo de honestidade comigo mesma — e de enfrentamento da ansiedade.
Sim, enfrentamento de ansiedade. Quando entramos nesse ciclo, tendemos a evitar situações que a disparam. Podemos procrastinar ou até paralisar, e isso impacta todas as áreas da vida. E quando trazemos isso à consciência, vêm as perguntas: “Por que tenho que ser assim?” ou “Onde eu estava com a cabeça para agir assim?”.E o que mais acontece? Programo meu dia com base no anterior, mas minha filha acorda com uma nova demanda. Aí não consigo fazer o que planejei, me cobro, ouço cobranças, e vem a ansiedade. Me sinto frustrada por “falhar” no plano e, para não sentir isso de novo, evito repetir as tentativas. Cansaço e frustração somam forças. Acredito que muitos cuidadores diretos de bebês passem por isso.
Lidar com tudo isso é exaustivo. E há dias em que não damos conta — e tudo bem! Seja eu, ou qualquer outra mãe e pai passando por isso: tudo bem precisar parar e descansar. Somos humanos. Adaptar nossa constância à nova rotina é desafiador, mas não impossível. Gestão de tempo e produtividade também precisam de energia para acontecer.
Lembremos de dar o nosso melhor dentro da nossa realidade, usar nossos talentos a nosso favor e viver no presente. A vida é um presente. O passado é uma foto, e o futuro… a Deus pertence.
Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋
O Conto dos Dois Monges e a Mulher: aprendendo a soltar o que nos prende
Momentos assim são importantes: eles nos desafiam a sair da zona de conforto e nos convidam a exercitar valores como persistência, tolerância e resiliência.
Pensando nisso, me vem à mente um conto budista que sempre me faz refletir. É o conto dos Dois Monges e uma Mulher — e vale a leitura com carinho:
Dois monges, muito amigos, sempre cumpriam seus afazeres juntos. Seguiam com fidelidade os mandamentos da religião, e entre eles havia um que dizia: não tocar em mulheres.
Certo dia, atravessando a floresta para ir até o vilarejo comprar mantimentos, encontraram uma mulher prestes a se afogar ao tentar cruzar um rio.
Um dos monges disse:
– Não podemos ajudá-la. Fizemos o voto de não tocar em mulher nenhuma.
O outro respondeu:
– Também fizemos o voto de ajudar todas as pessoas e criaturas deste mundo, sem distinção.
Sem pensar duas vezes, ele pulou no rio, colocou a mulher nas costas e a levou até a outra margem.
Seguiram então o caminho em silêncio. O monge que ajudou estava sereno. O outro, carrancudo.
Horas depois, o que não ajudou desabafou:
– Você não deveria tê-la carregado! Isso foi um erro. Ela será um peso para sua caminhada...
E o outro respondeu, com calma:
– Eu deixei a mulher na margem do rio. Quem ainda a está carregando é você.
Esse conto me toca profundamente.
Quantas vezes na vida a gente carrega fardos que já poderiam ter sido deixados para trás?
Quantas vezes nos prendemos a obstáculos ou situações que já passaram — ou que nem partem diretamente de nós — e isso nos trava, nos desgasta, nos impede de avançar?
Nos apegamos ao orgulho, à mágoa, à culpa, e sem perceber alimentamos um mal-estar desnecessário. Isso se reflete em nossas relações, no trabalho, e até na saúde física e emocional.
Obstáculos existem, sim. Mas às vezes, a dor não está mais no fato em si — está na forma como a gente continua carregando ele.
🌿✨
Até a próxima.
Te vejo na terapia.
O Amor Tem Nome, Cheiro e Cor: uma reflexão sensível sobre amar
O amor tem nome, tamanho, cheiro, som e cor...
Tem o nome da pessoa que fica constantemente em nossos pensamentos.
Tem o tamanho — não só da sua altura — mas da intensidade com que o sentimos.
Tem o cheiro do perfume preferido que o outro usa,
o som da voz que mais desejamos ouvir
e a cor dos olhos, cabelos, pele...
Quando estamos amando, tudo fica mais vivo.
Mais colorido. Mais cheiroso. Mais sonoro. Mais alegre.
Ficamos bobos só de olhar uma foto.
Lembramos do momento em que ela foi tirada, sorrimos sozinhos...
Fazemos de tudo para que cada encontro, cada telefonema, cada mensagem, seja perfeito.
E mesmo os gestos simples — uma brincadeira, um carinho —
se tornam eternos na nossa memória, capazes de sobrepor tristezas antigas.
Estar com alguém, seja namorando ou casado, vai muito além de uma “figura de amor”.
A convivência, as pequenas diferenças, os momentos difíceis...
Tudo isso é amor também.
Assim como o amor da família, que às vezes é silencioso,
mas está ali — firme — quando nos sentimos sozinhos.
Mas nem sempre o amor é leve.
O amor também pode ser cruel, quando não é correspondido.
Ele faz doer o peito e o corpo de formas que nem imaginávamos.
E, ainda assim, é restaurador:
porque podemos amar de novo, e de novo...
e transformar o nosso mundo no paraíso.
Quem ama não mede esforços.
Não espera nada em troca.
É generoso. É manhoso. É bobo.
Bobo no melhor dos sentidos:
vive o presente com intensidade,
se doa sem reservas,
e quer, o tempo todo, estar nos braços de quem ama.
Existem muitas formas de dizer “eu te amo”.
E, para mim, a mais verdadeira nem sempre é falada.
Ela acontece no olhar.
Quando os olhos brilham só de ouvir o nome do outro...
ali está o amor.
Amar também é sentir ciúmes,
brigar por uma ligação que não veio,
e resolver tudo com um beijo.
É ouvir aquela música e lembrar dos melhores momentos.
É ver aquele filme e imaginar a pessoa amada ao seu lado.
É sentir saudade, borboletas no estômago, mãos suadas e joelhos trêmulos. #risos
Vivemos à mercê do amor.
Então, não tenha medo de se apaixonar.
Não tenha medo de sofrer.
A vida é cheia de obstáculos —
mas quem ama de verdade, encontra força para vencer todos eles.
Até a próxima. Te vejo na terapia. 🌿
Raiva que te quero bem
O acolhimento e o reconhecimento da raiva são aspectos essenciais para a saúde emocional e mental. Vamos conversar um pouco sobre a importância de entender e lidar com a raiva de forma saudável, destacando os benefícios que essa prática pode trazer para o bem-estar geral.
Por que é importante acolher e reconhecer a raiva? A raiva é uma emoção natural e inevitável que todos experimentamos em algum momento na vida. No entanto, muitas pessoas tendem a reprimir ou ignorar essa emoção devido a preconceitos sociais, medo de confronto ou medo do julgamento. Isso pode levar a consequências negativas para a saúde mental, como estresse crônico, ansiedade e problemas nos relacionamentos. Ao acolher e reconhecer a raiva, permitimos a nós mesmos sentir e expressar essa emoção de maneira saudável, o que pode levar a uma melhor compreensão de nós mesmos e dos outros.
Benefícios do acolhimento da raiva:- Autoconhecimento: Reconhecer a raiva pode oferecer insights valiosos sobre nossos sentimentos, necessidades e limites pessoais, nos ajudando a desenvolver uma maior consciência emocional e a tomar decisões mais conscientes em nossas vidas.
- Redução do estresse: Suprimir a raiva pode levar ao acúmulo de estresse e tensão emocional. Ao permitir-se sentir e expressar a raiva de maneira saudável, podemos liberar essa energia negativa e reduzir os níveis de estresse em nosso corpo e mente.
- Melhoria dos relacionamentos: A raiva reprimida pode causar ressentimento e conflito nos relacionamentos. Ao comunicar nossas preocupações e limites de maneira assertiva, podemos promover uma comunicação mais aberta e construtiva com os outros, fortalecendo os laços interpessoais.
- Empoderamento pessoal: Lidar com a raiva de forma construtiva nos dá um senso de controle sobre nossas emoções e comportamentos. Isso nos permite enfrentar desafios de maneira mais eficaz e tomar medidas para proteger nosso bem-estar emocional e saúde mental.
- Crescimento emocional: Enfrentar e superar a raiva pode ser uma oportunidade para o crescimento pessoal e o desenvolvimento emocional, pois ao aprender a lidar com a raiva de maneira saudável, podemos fortalecer nossa resiliência emocional e cultivar relacionamentos mais gratificantes e satisfatórios.
- Reconheça e valide seus sentimentos de raiva, sem julgamento.
- Encontre maneiras saudáveis de expressar a raiva, como conversar com um amigo de confiança, praticar exercícios físicos ou escrever em um diário.
- Desenvolva habilidades de comunicação assertiva para expressar suas preocupações e limites de maneira clara e respeitosa.
- Pratique a auto-compaixão e o perdão, tanto para si mesmo quanto para os outros, como parte do processo de acolhimento da raiva.
Nem sempre é fácil, e muito menos simples, mas jamais será impossível.
Carta para a Mini Carol: acolhendo a criança interior e reconhecendo o próprio amadurecimento
Para chegar no tema do post anterior — o adulto saudável — eu fiz uma atividade terapêutica que me marcou profundamente.
A proposta era simples, mas tocante:
“O que a Carol de hoje diria para a Mini Carol se a encontrasse agora?”
Escrevi uma carta.
Chamei essa criança de Mini Carol.
E o que parecia um exercício leve, acabou se tornando uma jornada de reconexão, compreensão e lágrimas.
💌 Relembrar para acolher
No decorrer da carta, me emocionei muito.
Vieram memórias de mágoas, tristezas e obstáculos…
Mas também de alegrias, conquistas, afeto.
Tudo isso me fez perceber o quanto amadureci.
O quanto desenvolvi resiliência, paciência e autocompaixão.
E o quanto isso me ajudou a ser uma mulher mais consciente, especialmente na maternidade.
🤱 Maternidade, trauma e transformação
O nascimento da minha filha me fez encarar um abismo.
O medo, a ansiedade, a culpa e as inseguranças vieram com força — não só por conta da nova rotina, mas pelas transformações físicas, emocionais e pelos traumas de infância que voltaram à tona.
Foi na terapia que comecei a ver esse processo com mais clareza.
Aos poucos, fui entendendo: eu estava amadurecendo.
E esse amadurecimento foi moldado por olhar para a minha criança interior e acolhê-la.
✨ Confie em si mesma
Na carta para a Mini Carol, repeti muitas vezes:
“Confie em si mesma e no seu processo.”
Disse que ela se magoaria com pessoas queridas, mas que isso a ensinaria sobre o que não gostaria de se tornar.
E que, mesmo com dificuldades, ela aprenderia a se cuidar com mais amor e consciência.
🌿 Acolher a criança interior é um ato de cura
Olhar para nossa criança interior é um gesto de coragem.
É quando aceitamos que agora somos os adultos que podem oferecer proteção, clareza e afeto àquela versão pequena de nós.
Quando fazemos isso, desfazemos nós antigos, curamos partes feridas e passamos a ver a vida com mais leveza.
🎧 Para acompanhar a reflexão
No próximo post, quero falar sobre uma música que tocou profundamente nesse processo:
“Birds” — Imagine Dragons.
Até lá…
Te vejo na terapia. 🌱
Adulto saudável: o que é e como identificamos que ele está presente (ou ausente)
Durante uma sessão de terapia, surgiu a pergunta:
“O que é ser um adulto saudável?”
Durante a gestação, estudei bastante sobre parentalidade e disciplina positiva, e essa expressão — “adulto saudável” — apareceu várias vezes.
Mas confesso que só mais recentemente comecei a entender o que ela realmente significa.
🧠 Saudável nem sempre é só o físico
Se você pesquisar “saudável” na internet, provavelmente vai encontrar textos sobre alimentação, corpo e exercícios. Mas ser saudável também diz respeito à mente, emoções, espiritualidade, relações e comportamentos.
E ser um adulto saudável é uma consequência do autoconhecimento, do amadurecimento e da capacidade de se perceber.
Mas como saber se a gente está mesmo se tornando um?
👶 Depois que a Olívia nasceu, muita coisa veio à tona
A maternidade me trouxe muitos presentes — e também muitos espelhos.
Com o nascimento da Olívia, me deparei com traumas e dificuldades que ainda estavam guardados: desorganização, controle, planejamento, reações intensas.
Foi na terapia que comecei a entender melhor meus comportamentos, reconhecer padrões e parar de agir no automático. Passei a perceber meus gatilhos antes que eles me gerassem sofrimento.
🔄 Meu maior desafio: o controle
Um dos pontos mais fortes que emergiram foi a necessidade de controle.
Querer saber tudo, entender tudo, participar de tudo.
Quase como se tudo que acontecia ao redor estivesse, de alguma forma, relacionado a mim.
Mas não está. Nem tudo diz respeito a mim. E tudo bem por isso.
💭 Entender para se perdoar — e seguir com mais leveza
Foi difícil. Doeu. Mas foi libertador.
Quando entendi a origem dessa necessidade, consegui começar a me perdoar.
Passei a identificar quando o sentimento vinha da ansiedade, e não de uma ameaça real.
Hoje, quando me sinto irritada ou frustrada, paro e me pergunto:
-
Isso tem fundamento?
-
É a ansiedade falando?
-
Faz sentido sustentar esse pensamento?
E se precisar, pergunto para quem está envolvido. Isso muda tudo.
🌿 Adulto saudável não é perfeito — é consciente
Esse é um exemplo de como o adulto saudável aparece em mim.
A parte que entende o comportamento, aceita o processo e escolhe com mais clareza.
A maturidade tem muito a ver com isso:
Fazer o que precisa ser feito, sem se alienar no modo automático.
E se tem uma pergunta que ajuda nesse processo é:
“Por que fazemos o que fazemos?”
Mas essa conversa… fica para um próximo post.
(Com dica de leitura: Mário Sérgio Cortella fala sobre isso com maestria.)
Até a próxima. Te vejo na terapia. 🌱