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A Empatia como Parte do Desenvolvimento Cognitivo: Cultivando a Habilidade de Compreender o Outro

O desenvolvimento cognitivo de uma criança é uma jornada fascinante e complexa, moldando a maneira como elas pensam, resolvem problemas e interagem com o mundo ao seu redor. Dentro desse processo de crescimento, a empatia aparece como uma habilidade fundamental que desempenha um importante papel na formação de relacionamentos saudáveis e na construção de uma sociedade mais compassiva e inclusiva.

O que é Empatia?

Empatia é a capacidade de compreender e compartilhar os sentimentos e perspectivas emocionais de outra pessoa. Um pouco diferente da simpatia, que envolve apenas sentir pena ou compaixão pelas emoções de alguém. A empatia permite que as crianças se coloquem no lugar dos outros, entendendo como eles se sentem e respondendo de maneira apropriada.



Desenvolvimento Cognitivo e Empatia

A empatia não é inata, ela se desenvolve ao longo do tempo e está interligada com o crescimento cognitivo da criança. À medida que as habilidades cognitivas se expandem, a criança se torna mais capaz de entender as complexidades das emoções humanas. Vejam como a empatia vai se desenvolvendo e aparecendo durante o desenvolvimento cognitivo:

  • Por volta dos 4 anos, as crianças começam a desenvolver a chamada "teoria da mente" — a capacidade de compreender que outras pessoas têm pensamentos, sentimentos e crenças diferentes dos seus. Isso é essencial para a empatia, pois permite que a criança perceba que os outros podem ter perspectivas diferentes e emoções únicas.

  • O desenvolvimento da linguagem desempenha um papel crucial na expressão e compreensão das emoções. À medida que as crianças adquirem vocabulário emocional e aprendem a nomear seus próprios sentimentos, tornam-se mais capazes de se conectar emocionalmente com os outros.
  • A empatia também é influenciada pelas experiências pessoais da criança. Elas aprendem a se relacionar com os outros com base nas relações que têm em casa, na escola e na comunidade. Modelos de empatia em suas vidas têm um impacto significativo.

Benefícios da Empatia no Desenvolvimento Cognitivo

Cultivar e estimular o desenvolvimento da empatia nas crianças desde cedo traz uma série de benefícios para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Olhem alguns dos benefícios que ela pode trazer:
  • Melhor resolução de conflitos, ensinando crianças a entender e lidar com as emoções dos outros.
  • Habilidades de comunicação mais eficazes, permitindo que as crianças expressem suas próprias emoções de maneira saudável.
  • Habilidades sociais aprimoradas, ajudando-as a construir relacionamentos mais fortes.
  • Um senso de responsabilidade social, incentivando-as a agir de maneira ética e compassiva.
A empatia é mais do que apenas uma qualidade desejável, é uma parte essencial do desenvolvimento cognitivo de uma criança. Cultivar essa habilidade desde cedo não só molda indivíduos mais compassivos e compreensivos, mas também contribui para a criação de uma sociedade mais empática e inclusiva. Portanto, incentivar e nutrir a empatia nas crianças deve ser uma prioridade em nosso esforço coletivo para promover o crescimento saudável e o bem-estar social.

Já praticou e ensinou sobre ter empatia hoje? 


Até a próxima. Te vejo na terapia.


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O Papel Vital da Educação Financeira

A jornada para uma vida financeira saudável e equilibrada tem suas raízes na infância e adolescência, período crucial em que os fundamentos da educação financeira são absorvidos e moldados. Assim como qualquer habilidade valiosa, a compreensão de como lidar com o dinheiro deve ser ensinada, cultivada e nutrida desde cedo. A terapia cognitiva desempenha um papel crucial nesse processo, uma vez que ajuda a formar uma mentalidade positiva em relação às finanças desde os primeiros estágios da vida.

A terapia cognitiva, uma abordagem psicológica focada na identificação e transformação de padrões de pensamento negativos ou disfuncionais, pode ser aplicada de maneira eficaz à educação financeira. Ela nos lembra que as crenças e atitudes em relação ao dinheiro são influenciadas por fatores emocionais e cognitivos, muitos dos quais são formados durante a infância e adolescência. Portanto, é vital aproveitar esses momentos para instilar valores financeiros positivos e uma compreensão sólida dos princípios financeiros.


Ao incorporar a educação financeira na vida diária das crianças e adolescentes, estamos capacitando-os a entender a importância da poupança, orçamento e investimento. Através da terapia cognitiva, podemos ajudá-los a reestruturar pensamentos negativos sobre dinheiro, substituindo-os por pensamentos construtivos e realistas. Por exemplo, ao invés de ver o dinheiro como algo a ser gasto impulsivamente, eles podem aprender a enxergá-lo como uma ferramenta para atingir metas e garantir segurança financeira a longo prazo.



Além disso, a terapia cognitiva pode auxiliar na gestão do estresse relacionado ao dinheiro. Muitas vezes, questões financeiras são fontes significativas de ansiedade. Ensinar crianças e adolescentes a reconhecer e lidar com esses sentimentos negativos de maneira saudável é essencial para evitar problemas emocionais mais sérios no futuro.


A abordagem da terapia cognitiva na educação financeira também se estende ao desenvolvimento de habilidades de tomada de decisão. Crianças e adolescentes podem aprender a avaliar os custos e benefícios de suas escolhas financeiras, refletindo sobre as consequências de curto e longo prazo. Ao compreenderem como suas decisões podem impactar seus objetivos futuros, eles estarão mais preparados para fazer escolhas financeiramente responsáveis.


A importância da educação financeira na infância e adolescência não pode ser subestimada. Ela não apenas fornece ferramentas práticas para administrar o dinheiro, mas também estabelece uma base sólida para uma relação saudável e equilibrada com as finanças ao longo da vida. Através da lente da terapia cognitiva, podemos moldar uma geração futura de indivíduos financeiramente conscientes, capazes de enfrentar desafios monetários com confiança, compreensão e uma mentalidade positiva.

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Tomaram minha filha do meu colo, e agora?

Muitas mães e pais já devem ter passado por isso, alguns nem perceberam as consequências desse ato ou ficaram com uma angústia no coração mas preferiram relevar devido ao contexto. Trouxe esse exemplo hoje para conversarmos um pouco sobre o desrespeito infantil. 

Em tempos que começamos a repensar sobre a influência do nosso comportamento e da mídia no crescimento de nossos filhos, é de grande importância refletirmos sobre onde começa o desrespeito infantil, muitas vezes observo que é algo cultural e muitas vezes visto como comum no dia a dia das crianças. E paro, observo e penso - Seria a aceitação para relacionamentos tóxicos uma consequência de uma educação desrespeitosa? -.


Desde bebês, já aprendemos sobre as regras sociais e posturas para com elas, tanto mulheres quanto homens sentem o peso do regimento social que envolve o gênero, a masculinidade tóxica e o ideal machista de como deve ser uma mulher, são exemplos que vivenciamos desde bebês, opressão e muitas vezes vergonha em expressar seus sentimentos, de ser o que é sem precisar mudar a si para caber em algum lugar, de ter a opinião desrespeitada por ser mais novo/menor e de precisarmos fazer coisas que não queremos por obrigação - como ir visitar aquele tio que vive zombando pois ele é da família - entre outras situações.

Muitos de nós quando mais novos, crianças e adolescentes, já vimos uma situação onde alguém esteja errado ou sendo injustiçado, e sentimos vontade de dar nossa opinião mas quando falamos escutamos o sonoro - Isso é assunto de família; Isso é assunto de adultos; Você não tem idade para saber de coisas assim -, são frases comuns que acontecem onde observamos o desrespeito infantil baseado em uma educação desrespeitosa.

Quanto paramos para ler sobre os Direitos das Crianças e Adolescentes em vários artigos, lemos itens banais como alimentação digna, higiene e boas condições de saúde, itens que muitos de nós vemos como uma obrigação mas se precisa ser escrito é porque não está sendo cumprido. Inclusive o respeito para com as crianças. Em muitos momentos estamos replicando uma educação desrespeitosa sem perceber pois foi feito conosco, entramos no automático e não nos atentamos a essas pequenas atitudes que desrespeitam.

Acho que já estou ficando polêmica em demasiado, ainda há muitos defensores de uma educação desrespeitosa e compreendo. Foram assim que foram educados, provavelmente sofreram o desrespeito infantil e assim que acreditam ser o correto. Porém discordo quando colocam a responsabilidade de aprender valores como caráter e honestidade para a criança aprender sozinha, sendo que aprendem muito mais pelo exemplo, e quando isso não acontece acusam o filho de diversos adjetivos desagradáveis. Há casos onde a pessoa tem o caráter duvidoso, como alguém com Transtorno de personalidade antisocial por exemplo, há um fatos patológico no meio.

E todas essas explicações e pensamentos não respondem a pergunta do título, tomaram minha filha do meu colo, e agora? Para responder isso vou usar uma frase apenas - Tenha bom senso! -, porque utilizei essa frase, pois precisamos observar quem é a pessoa, o contexto e como nossos filhos reagiram. Se observamos que a pessoa é querida e de confiança, o contexto é de brincadeira e a criança reagiu bem depois, ótimo ! Se qualquer uma dessas situações não esteja de acordo com sua visão de correto, observe, reflita e pontue com gentileza, tudo conversado e entendido, e desde cedo é necessário reforçar sobre a importância de respeitar a criança desde cedo.


Alguns podem pensar - Ah! mas aí vou deixar meu filho fazer tudo que ele quer? - Não! Respeitar uma criança é pensar das opiniões que ela tem sobre situações que dizem respeito a ela, há regras inegociáveis como tomar banho, escovar os dentes, comer de forma saudável, que são rotinas necessárias. Mas quando ela não quer cumprimentar ou dar um beijo alguém na rua, quando não quer conversar, quando não quer sair do colo da mãe e afins, situações onde diz respeito a ela. 

Esse tema gera boas reflexões e discussões na terapia, além de boas necessárias. O respeito que você tem para com uma criança hoje, diz respeito a como ela aceitará ser aceita no futuro, você gostaria de ser tratado da mesma forma que trata os outros?

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Ajudando seu Adolescente a lidar com a Ansiedade

Ansiedade é uma sensação que carregamos em nós, ela existe desde as origens do ser humano e tinha como objetivo nos prevenir de ataques de predadores, com nossa evolução não precisamos mais nos defender de Tigres de bengala, Cobras Gigantes e afins. Mas nosso cérebro as vezes se esquece disso e e funciona de maneira ansiosa trazendo prejuízos para quem tem dificuldade em lidar.

 A adolescência é um período de transição e crescimento, no qual os jovens enfrentam uma série de desafios e pressões, além de mudanças corporais contínuas. A ansiedade é um problema comum nessa fase da vida, podendo ser desencadeada por várias razões, como preocupações escolares, mudanças físicas e emocionais, pressão social e incertezas sobre o futuro. E como pais, muitas vezes ficamos sem saber como auxiliar nosso adolescente de maneira assertiva promovendo sua saúde mental e bem-estar, vamos conversar um pouco sobre isso.

 Há algumas atitudes que quando colocamos nosso valores e afeto nelas, ajudam e fortalecem o laços de afeto, proporcionando o acolhimento e sensação de segurança que precisam. É importante ressaltar que adolescentes são o espelho de nosso caráter e valores pessoais, então a segurança interna dos pais pode ser questionada e que ótimo! Nada melhor que um adolescente questionador para nos ajudar a amadurecer.

E pensando nessas atitudes, há também algumas técnicas que podem auxiliar nos momentos de crise e ansiedade. Vamos falar um pouco sobre elas:

  • Respiração profunda e consciente
A respiração profunda é uma técnica simples, mas eficaz, para reduzir a ansiedade. Aprenda, ensine e faça junto com o adolescente. Inspirar lentamente pelo nariz, segurar o ar por alguns segundos e, em seguida, expirar pela boca. Incentive-o a praticar essa técnica sempre que sentir a ansiedade aumentar, ajudando a acalmar a mente e o corpo.

  •  Prática de exercícios físicos

 A atividade física regular tem inúmeros benefícios para a saúde mental, incluindo a redução da ansiedade. Faça, incentive e estimule-o a encontrar uma atividade que goste, como caminhar, correr, dançar ou praticar um esporte. Exercícios liberam endorfinas, substâncias químicas que melhoram o humor e reduzem o estresse. Abaixo o Podcast de uma querida amiga e profissional da área junto com seu companheiro sobre a importância desse ponto.

  • Estabelecimento de rotinas saudáveis

 A ansiedade muitas vezes surge devido a sentimentos de desorganização e falta de controle. Incentive os adolescentes a estabelecerem rotinas saudáveis, com horários regulares de sono, alimentação balanceada e tempo dedicado a atividades prazerosas e relaxantes, como hobbies, leitura ou meditação.

  •  Expressão criativa

 A arte e a expressão criativa podem ser uma forma poderosa de liberar emoções e aliviar a ansiedade. Encoraje-o a experimentarem diferentes formas de expressão, como escrever em um diário, pintar, desenhar, tocar um instrumento musical ou participar de atividades teatrais. Essas atividades ajudam a canalizar a energia emocional de forma positiva.

  •  Técnicas de relaxamento

 Existem várias técnicas de relaxamento que podem ser ensinadas para ajudá-los a lidar com a ansiedade. Exemplos incluem a prática de meditação guiada, mindfulness, ioga e massagens. Essas técnicas auxiliam no relaxamento do corpo e da mente, reduzindo os sintomas da ansiedade.

  •  Estabelecimento de metas realistas

 Muitas vezes, a ansiedade surge quando os adolescentes se sentem sobrecarregados com expectativas irreais. Ajude-os a estabelecer metas realistas e dividir grandes tarefas em passos menores e mais alcançáveis. Isso pode ajudá-los a lidar com a pressão de maneira mais eficaz e a reduzir a ansiedade. Uma sugestão é a Matriz de Importância e uso de planner.



  •  Apoio social e conversas abertas

Criar um ambiente seguro, de confiança e acolhedor para que os adolescentes possam compartilhar seus sentimentos e preocupações é fundamental, quando não se sentem seguros e confiantes de seu ambiente e familiares podem se afastar do círculo familiar. Quando há essa cumplicidade, incentive-os a buscar apoio em familiares, amigos de confiança ou profissionais, como terapeutas ou conselheiros escolares. Ouvir ativamente e oferecer suporte emocional pode ser extremamente benéfico para reduzir a ansiedade. A terapia é importante também para os pais, para aprenderem a lidar com sua própria ansiedade e angústia, e poderem auxiliar os filhos e pessoas próximas.

  •  Limitação do uso de tecnologia

 O uso excessivo de tecnologia, como redes sociais e jogos eletrônicos, pode contribuir para o aumento da ansiedade não somente nos adolescentes mas em nós pais também. Estabeleça limites saudáveis para o uso dessas ferramentas, pratique e incentive-os a buscar atividades offline, como passar tempo ao ar livre, ler livros ou praticar hobbies, para promover o equilíbrio e reduzir o estresse.


A ansiedade é uma realidade comum entre os adolescentes e adultos, mas existem várias técnicas eficazes que podem ajudá-los a lidar com esse problema. Ao implementar essas sugestões, os adolescentes estarão melhor equipados para enfrentar os desafios do dia a dia e promover sua saúde mental e bem-estar geral. Lembre-se de que cada sujeito é único e possuí sua própria visão de mundo e de si, portanto, adapte as técnicas de acordo com as necessidades individuais e encoraje-os a buscar apoio profissional sempre que necessário.


Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Plante uma Árvore para seus Filhos colherem os Frutos

Hoje na arrumação da sala, trouxe alguns livros da casa dos meus pais que compraram a quase 20 anos atrás, aos que conhecem a Barsa quando comprava a enciclopédia completa vinha com outra coleções e uma delas é sobre valores. Ao ir limpando os livros e colocando eles no lugar, algumas memórias foram vindo a uma sensação de nostalgia me preencheu, me fez pensar com amor na minha infância e em como aqueles livros foram meu refúgio em muitos momentos. Me fez pensar também sobre a Criação que tive.

Pensei também sobre a intenção dos meus pais quando compraram esses livros, na época era algo de muito custo, um investimento sem saber do retorno dele e como seria utilizado. Sinceramente, não sei qual foi a intenção na Criação  deles, mas sei o quanto me abriu os olhos para possibilidades e aguçou ainda mais minha curiosidade sobre as coisas e pessoas que compõe esse Universo que vivemos. 



Para além disso, me fez pensar em uma situação que trouxe reflexos hoje, meu pai sempre foi uma pessoa com hábito de leitura e sempre incentivada a mim e meus irmãos a buscar nos livros conhecimento pois há 15 anos atrás a internet não era tão vasta e as informações não vinham com tanta facilidade, principalmente nos celulares, para ter acesso as informações na internet era necessário tem um computador em casa. 

Li uma frase que dizia sobre nossa Criação - Nós não nos lembramos do que fizeram por nós mas como fizeram por nós -, essa frase hoje faz muito sentido para mim principalmente depois que me tornei mãe, muitas situações me marcaram não pelo o quê meus pais fizeram, mas como fizeram. Desse como foi onde minhas crenças e visão de mundo foram criadas. Dentro da Teoria da Disciplina Positiva, as crianças são seres socias e estão constantemente tomando decisões e formando crenças sobre si mesmas, sobre o mundo e sobre o que fazer para prosperar. 


E por seres sociais, aprendem muito mais por repetição e observação de quem está próximo. Ainda dentro da Disciplina Positiva, os comportamentos sempre tem um contexto social com um objetivo, e o primeiro objetivo é ser aceita. Quando compreendemos essa frase como base de muitos comportamentos da criança, passamos a nos perguntar - O que ela quer dizer com isso? -. Não somos máquina com uma precisão exata, cometemos erros em toda essa jornada e esses erros são oportunidades maravilhosas para aprender importantes lições.

Quando plantamos uma árvore não iremos comer dos seus frutos, mas nossos filhos, e há situações que somente nossos netos irão aproveitar dos benefícios dessa árvore, essa analogia vale para nosso comportamento para com nossos filhos, nosso modo de Criação e o que queremos que eles prosperem. Fica muito mais fácil assumir um erro quando entendemos eles como oportunidades de aprender algo do que quando é visto como algo ruim. 


Muito desejos de mães e pais é que seus filhos cresçam responsáveis, honestos, dignos e respeitosos, e vários outros adjetivos positivos, além de praticar exercícios baseados na Disciplina Positiva, mas muitas vezes esses mesmos pais não apresentam esse tipo de comportamento - seja com os filhos ou com alguém próximo -. Quando plantamos uma semente aleatória precisamos cuidar dela para crescer e prosperar, não sabemos que tipo de planta nascerá mas sabemos que precisamos cuidar e vamos aprender a cuidar dela independente de qual venha. 

Com os filhos é semelhante, não sabemos como virão, sua personalidade e mentalidade, mas sabemos que temos uma influência gigante sobre eles e isso diz sobre como crescerão e prosperarão. Pode soar como algo pesado falando dessa maneira, mas quando buscamos conhecimento e temos consciência de que eles são reflexo de nós e aceitamos nossos defeitos e falhas, a parentalidade pode ser uma experiência extraordinária. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Identificações

Uma história linda, que nos faz pensar muitas coisas junto com ela... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, valorizando as pessoas, suas qualidades e sua humanidade, valorizando os animais, as plantas, estações do ano, com Autencidade... E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras, simples como uma flor que nasce num pasto, inocente. Essa foi minha experiência assistindo o filme - O Conto da Princesa Kaguya de Isao Takahata -.

Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor longa metragem, uma produção do Studio Ghibli, um dos meus favoritos em produções de animações japonesas, tanto pela qualidade da animação, mas principalmente pelos roteiros, com lições e mensagens implícitas fantásticas.


Quando vi a história do filme me identifiquei muito. E conclui que um dos meus maiores desejos - e acredito ser de muitos outros - é poder viver assim, sem medo de ser quem sou, valorizar cada pequeno milagre do dia a dia que Deus realiza, amar e ser amada, sem temer a incerteza, com Autenticidade... Fazendo parte da dinâmica dádiva da vida e concretizando que cada momento é único e precioso. Cheguei a me emocionar em alguns momentos do filme.

A sensação que sentir foi de uma vontade de sair e falar o quando amo as pessoas ao meu redor sem temer as lágrimas de felicidade, de falar o quanto sou grata por existirem, cuidarem de mim e me aceitarem, de mostrar pra elas a graça da vida, de concretizar ainda mais a ideia que não é preciso todo dinheiro do mundo para ser feliz, de gritar aos quatros cantos do mundo que a vida é linda e que parem de estragá-la. 

De mostrar que amar não doí - tanto a si mesmo quanto o outro - , que ser honesto não doí - tanto consigo mesmo quanto com o outro -, que pedir perdão faz bem, que se existem problemas existem soluções, de agradecer a Deus por ser saudável e poder apreciar todos esse milagres. De pular, de rir até a barriga doer, de dançar até as pernas doerem e de chorar, não de tristeza, mas de felicidade e alívio.



Mas não tenho tal liberdade integral, se eu fizesse isso possivelmente pensariam que algo estava errado... A princesa viu isso... Eu vejo isso... Vivemos num mundo onde não somente o poder aquisitivo comanda mas também a opressão quando agimos com Autenticidade, as mentiras se enraízam, somos objetos que precisam pedir permissão para viver, para sentir e perceber, para ter um lugar na sociedade. Quando somos crianças ainda temos a desculpa da idade, mas quando chegamos na adolescência e caminhamos para se tornar um jovem adulto isso muda.

Precisamos de aprovações dos outros, o que conta é o todo e não o particular... E o que resta? 
Resta apenas fragmentos do que um dia era chamado de autenticidade. Hoje buscamos recuperar em nossos filhos e crianças do convívio, recuperar também a inocência da brincadeira, a curiosidade em descobrir o mundo e comemorar pequenas conquistas. O mundo e suas sociedades se esqueceram do que é Ser e vivem apenas o Ter.



Há uma resistência e urgência para que nos encaixemos em um rótulo, uma necessidade social que nos definirmos para conquistarmos um lugar ao Sol. Precisamos nos modificar para caber e não pertencer. E isso nos desmorona, como desmoronou Kaguya. O filme traz mais o peso disso em cima das mulheres, mas não podemos descartar os homens em Era de Masculinidade Tóxica.

Acredito na geração que está surgindo, da minha filha e de 10 anos antes dela, acredito que essas gerações irão nos ensinar valores antes esquecidos e deixados de lado por parecerem "bobeira", mas que são fundamentais para se tornar um adulto saudável. É um desafio e tanto para nós pais, mas o resultado valerá tudo isso e nos ensinará mais do que ensinamos.

Filmes como este fazem a mim como mãe, pensar em que futuro quero para minha filha, dos valores que quero que ela carregue e virtudes que ela construa. Pensar sobre se minha atitudes estão fazendo ela florescer ou desmoronar, se estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo. Além de me fazer refletir as perdas e mudanças desagradáveis que precisei fazer como me encaixar e agradar um terceiro. 

Isso dá um bom assunto para levar para terapia e pensar nas consequências dele. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Constância e Maternidade

Depois que escolhi passar pelo processo da Maternidade e de me reconhecer como uma nova mulher, uma coisa que mudou de forma radical - que ainda estou elaborando - foi a minha Constância. Sempre fui um tipo de pessoa que buscava manter a rotina em dia e as atividades em ordem de prioridade, acredito que seja por conta da minha necessidade de controle sobre as situações e me sentir mais confortável com isso. Lidar com isso, esse mudança também pode apresentar sentimentos de luto.

A rotina de um bebê é em muitos momentos regrada, os horários de se alimentar, trocar fraldas, brincar, dormir e as demais coisas que aparecem no decorrer do crescimento dele. Vão surgindo novas demandas, como o vigiar os riscos e perigos em um tour pela casa, objetos que podem engolir e engasgar ou de cortar, e outras situações que vão surgindo de acordo com cada fase de desenvolvimento. Além dos dias em que acontece de adoecer e eles ficam carentes querendo somente o colo da mãe. 



Conciliar a nossa rotina com a rotina do bebê e da Maternidade, exige abrir mão de algumas prioridades nossas para sanar uma necessidade do bebê, até porque ele ainda não adquiriu autonomia e independência suficientes para executar sozinhos muitas coisas, como comer e se vestir sozinho. Essa conciliação de rotinas é algo que influência diretamente na Constância, mantemos a constância e disciplina para com as rotinas do bebê e acabamos nos esquecendo das rotinas de mulher.

E pensa... Para quem tinha o hábito de ter a rotina bem regulada e a Constância sempre disciplinada, precisar mudar isso e colocar novas prioridades na frente das de si mesma, foi algo desafiador. Além disso, a cobrança externa continua vindo tornando ainda mais gritante a autocobrança. Se adaptar a isso é um exercício contínuo de honestidade comigo mesma e enfrentamento da ansiedade. 



Sim ! Enfrentamento de ansiedade, quando entramos no ciclo de ansiedade buscamos fugir das situações temidas ou geradoras de ansiedade, podemos procrastinar e até não executar mesmo, afetando outros âmbitos da nossa vida e quando nos damos conta, quando trazemos a consciência a realidade vem a pergunta - Porque que eu tenho que ser assim? - ou então - Onde que eu estava com a cabeça pra ter essas ideias? -. 

E o que mais acontece é, programei o dia baseado no dia anterior e minha filha acorda com a necessidade de uma demanda maior, e acabo que não consigo fazer as atividades que planejei, por me cobrar e ouvir cobranças, começo a me sentir ansiosa por possuir uma certa dificuldade em lidar com a "falha" de não ter conseguido seguir o planejado, e começo a evitar as atividades para não ter que lidar com essa "falha" e o cansaço que também me demanda muita energia. Acredito que isso aconteça com muitos outros cuidadores diretos de um bebê. 



Lidar com isso tudo é exaustivo, e há dias que em não dou conta e tudo bem por isso. Seja eu, ou qualquer outra mãe e pai que esteja passando por isso - Tudo bem não dar conta um dia, tudo bem que precise descansar, você é um ser humano -. Adaptar nossa Constância a nova rotina é desafiador mas não é impossível, gestão de tempo e produtividade também precisam de prazo e energia para acontecerem. Lembremos sempre de dar nosso melhor dentro de nossa possibilidade, de usar nossos talentos a nosso favor e procurar estar sempre no presente.

A vida é um presente, o passado é uma foto e o futuro a Deus pertence.


Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Carta para Mini Carol


Para chegar no tema do post Adulto saudável, fiz uma atividade terapêutica um tanto quanto emocionante. Escrevi uma carta para a Carol criança, que chamei de Mini Carol. A atividade consistia em responder uma pergunta em forma de carta, a pergunta era - O que a Carol de hoje diria para a Mini Carol se a encontrasse agora? -.  Esse exercício tem como objetivo nos fazer pensar sobre nossa Maturidade pessoal e nível de Autoconhecimento, pois ao pensar no que eu diria para mim mesma no passado foi uma tarefa e tanto. Muito esclarecedora e emocionante, com conclusões pertinentes e necessárias. 



No decorrer da carta me emocionei muito, relembrar eventos do passado, mágoas, tristezas, obstáculos, mas também lembrar as alegrias, conquistas, momentos de amor e afeto, me fizeram pensar no quanto amadureci e no quanto trabalhei minha resiliência, paciência e compreensão. Observei que me amo ainda mais e me admiro ainda mais. Nesse processo de Autoconhecimento percebi o quanto foi importante para a forma que busco conduzir a maternidade e suas adversidades. 

Quando minha filha nasceu, me deparei com um abismo gigantesco e encará-lo parecia ser algo impossível, me causava pânico, medo, ansiedade e angústia. Não somente pelo cansaço, mas também pela mudanças que meu corpo pós gravidez passou que estavam difíceis de elaborar e até de aceitar em alguns momentos. Fora traumas de infância voltarem com toda força me sabotando.

Os dias e semana foram passando, as rotinas foram melhorando e novos desafios surgindo, comecei a perceber - inclusive na terapia - como minha Maturidade Pessoal havia mudado e quanta coisa eu havia aprendido. Meu olhar para muitas situações mudou, e essa atividade me ajudou a observar tudo isso e avaliar desde o começo. Minha carta para Mini Carol teve muitas vezes repetida a frase - Confie em si mesma e no seu processo -, disse a ela que ela iria se magoar com muitas pessoa queridas, mas que isso a ensinaria sobre o que ela não gostaria de ser.

Para para olhar nossa criança interior e acolhe-la, pode ser um processo libertador e envolver muito amor. Quando acolhemos nossa crianças interior e entendemos que a partir de agora somos adultos e precisamos nos imbuir disso para mantermos nossa mente saudável, muito amarras são desfeitas e orgulhos curados. Passamos e ver as coisas com mais resiliência e compreensão, além de deixar as coisas fluírem com mais tranquilidade e parcimônia.

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Deixo uma música como sugestão, no próximo post falaremos sobre ela. Birds - Imagine Dragons

Até a próxima. Te vejo na terapia.



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