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Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços


Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços

Transitoriedade e Luto: aprendizados sobre perdas e recomeços

Às vezes nos sentimos tristes, angustiados ou com aquele aperto no peito quando algo chega ao fim — seja um objeto material ou uma relação. Por exemplo, quando mudamos de emprego e sentimos falta do anterior, mesmo tendo feito uma boa escolha. Esses momentos também fazem parte do luto.

Na psicologia, o luto é considerado um processo, não um ponto fixo. Não há uma definição única que explique completamente esse estado emocional. Em várias das minhas leituras, especialmente dentro da abordagem Freudiana, um conceito que me marcou foi o da Transitoriedade. Para Freud, esse seria o ponto final do luto — quando conseguimos reconhecer que é possível e necessário nos abrirmos para novas experiências e afetos.

A transitoriedade está ligada à capacidade de contemplar e agradecer. Quando estamos em paz conosco, conseguimos olhar para o que passou com gratidão, sem culpa. E essa maturidade emocional transforma a dor da perda em um reconhecimento: foi bom enquanto durou.

Um exemplo claro seria a morte de alguém querido. Por mais dolorosa que seja, com o tempo e acolhimento, é possível lembrar dessa pessoa com carinho, focando nos aprendizados, nas risadas, nas experiências vividas. Isso é maturidade emocional — e também é acolhimento do processo de luto.

Mas não é fácil chegar nesse ponto. É um caminho que exige disponibilidade para refletir, aceitar e enfrentar. Muitas vezes, sentimos medo ao dar esses passos. E está tudo bem sentir medo. O importante é se permitir passar por esse enfrentamento com gentileza.

Com o tempo, entendi que a transitoriedade também carrega aquele ditado conhecido: “a gente só dá valor depois que perde”. É depois de viver um luto — de qualquer tipo — que percebemos como tudo é passageiro. E justamente por isso, precisamos valorizar o agora, amar mais, viver com mais intenção e ser gratos pelas pequenas coisas.

Mudanças fazem parte da vida. E os lutos, por mais dolorosos, também são portas para aprendizados e recomeços. 🌿

Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋💋




O Conto da Princesa Kaguya: uma reflexão sobre autenticidade e o valor da vida

Uma história linda, que nos faz pensar em muitas coisas... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, as pessoas e suas qualidades, os animais, as plantas, as estações do ano — tudo com autenticidade. E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras. Simples como uma flor que nasce no pasto: inocente.

Essa foi minha experiência assistindo ao filme O Conto da Princesa Kaguya, de Isao Takahata.

                                                    Cena do filme O Conto da Princesa Kaguya representando a busca por autenticidade e liberdade

Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor Longa-Metragem, é uma produção do Studio Ghibli — um dos meus favoritos não só pela qualidade visual, mas pelas lições que os roteiros nos oferecem de forma delicada e profunda.

Quando vi a história, me identifiquei demais. Percebi que um dos meus maiores desejos — e acredito que seja o de muitas pessoas — é poder viver com liberdade para ser quem sou, valorizando cada pequeno milagre do dia a dia. Amar e ser amada, sem temer a incerteza. Fazer parte da dádiva da vida com consciência de que cada momento é único e precioso.

                                                       Cena do filme O Conto da Princesa Kaguya representando a busca por autenticidade e liberdade

Senti vontade de sair por aí dizendo às pessoas que amo o quanto sou grata por elas existirem, por cuidarem de mim e me aceitarem. Vontade de mostrar como a vida é bonita. E de reforçar que felicidade não precisa de riqueza, mas de presença.

Mas sabemos que nem sempre podemos ser assim tão livres — o mundo julga, silencia, limita. Como Kaguya, também somos muitas vezes empurradas para formas e papéis que não escolhemos. Vivemos em um contexto onde o que temos parece valer mais do que o que somos. E o Ser vai sendo engolido pelo Ter...

                                                       Cena do filme O Conto da Princesa Kaguya representando a busca por autenticidade e liberdade

No entanto, acredito nas novas gerações. Acredito que a geração da minha filha e as que vieram pouco antes dela vão nos ajudar a resgatar valores esquecidos. A brincar de novo, a viver com mais leveza e verdade, a enxergar a beleza das pequenas coisas.

Filmes como esse me fazem pensar: que tipo de futuro quero para minha filha? Estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo? Estou ajudando-a a florescer ou apenas a se encaixar?

Reflexões assim são potentes e transformadoras — e ótimos assuntos para levar para a terapia.

✨ Até a próxima.
Te vejo na terapia. 💋

Sobre amor, escolhas e relações verdadeiras: reflexões com Clarice Falcão

Esses dias, mexendo nas minhas playlists do Spotify, percebi como meu gosto musical é eclético e varia bastante de acordo com meu humor e estado de espírito. Rolando a tela para ver músicas de playlists antigas, encontrei uma canção que me transportou diretamente para a adolescência, quando a gente começa a descobrir o universo dos relacionamentos e seus altos e baixos. A música é “De todos os loucos do mundo eu quis você”, da Clarice Falcão.

Ela me fez pensar em como é curioso nosso coração — e como é difícil controlá-lo. Quando ele escolhe alguém, simplesmente escolhe. E não é só o coração: nosso corpo também sente, no toque, no cheiro, no olhar, na conversa, na energia. Mesmo que a razão tente nos alertar sobre as consequências, quando sentimos que é real, vamos com tudo — cada um à sua maneira, com sua intensidade e subjetividade.

                                         Sobre amor, escolhas e relações verdadeiras: reflexões com Clarice Falcão

Mas essa música não fala só sobre “eu te escolher”, e sim também sobre “você me escolher”. Relacionamentos são vias de mão dupla. São feitos de entrega, escuta e troca. Todos erramos, todos tentamos acertar, e por mais clichê que pareça, o ditado ainda é verdadeiro: “quando um não quer, dois não brigam”.

Vivemos tempos líquidos, como já dizia Bauman. Os relacionamentos estão cada vez mais frágeis, moldados por ganhos e perdas imediatas. Intimidade e convivência passaram a ser vistas como difíceis demais. Criamos relações de bolso: simples, rápidas, descartáveis. Mas relacionamento verdadeiro é o “eu e você” construindo um “nós”.

Amar, hoje em dia, pode ser tão assustador quanto qualquer outra incerteza. Porque, mesmo com anos ao lado de alguém, nunca temos certeza de tudo — e tudo bem. Estar em um relacionamento é estar disposto a conviver com dúvidas, aprendizados e reconstruções constantes.

                                            Sobre amor, escolhas e relações verdadeiras: reflexões com Clarice Falcão

O fracasso de muitos relacionamentos está, quase sempre, na comunicação. A dificuldade em assumir responsabilidades, a resistência em pedir ajuda, o medo de parecer frágil... Tudo isso vai criando barreiras. Talvez, se conseguíssemos conversar mais, com mais honestidade e empatia, as convivências fossem mais leves e duradouras.

Nem sempre é possível continuar. Às vezes, a ruptura é o melhor caminho para preservar a saúde emocional. E tudo bem também. Mas é importante reconhecer que, sim, existem relações possíveis, maduras, respeitosas — que exigem esforço, mas que também valem a pena.

Terapia ajuda muito a compreender tudo isso. Eu que o diga!

Até a próxima. Te vejo na terapia.
💋💋

O que aprendi assistindo Fadas da Limpeza na Netflix

Um dos meus hobbies favoritos é assistir a Doramas Coreanos, adoro os dramatizações e a trilha sonora que parece se encaixar perfeitamente. Acredito que tenha vindo pela minha paixão por animes, quem sabe escrevo sobre isso no futuro e sobre alguns que já assisti. E migrei para os doramas e dei uma pausa nos animes, até porque também tenho outras atividades que preciso realizar e me impossibilitam de assistir mais episódios seguidos. 

Como muitas coisas na vida, gosto é algo que não se discute e devemos respeitar as escolhas de cada um. Dos vários que assisti há alguns favoritos, pelo roteiro principalmente a lição que ele passa, seguido da trilha sonora que encaixa perfeitamente. Hoje vim falar sobre o Fadas da Limpeza. E não contém spoilers, animem-se e assistam, depois me comentem o que acharam. 


Um drama romântico com situações polêmicas e beijos calorosos, traz várias lições importantes sobre paciência, persistência e dedicação. Gostei tanto da história que assisti várias vezes, e as vezes tenho a sensação de que Fadas da Limpeza me diz sobre o que eu preciso repensar e refletir. Vou contar sobre o que repensei e refleti depois de mais uma vez que assisti. 

Tolerância foi a virtude da vez, Oh-Sol passa muito bem essa lição junto com Dr. Choi. Tolerar é uma atitude que envolve muita maturidade de quem o faz, além da tolerância me fez pensar também sobre aceitação sem permitir que o próprio limite fosse ultrapassado e esquecer amor próprio. E era exatamente o que precisava ver por esses dias. 

Com uma situação pessoal, me deparei com essa situação, me vi intolerante e permitindo que as pessoas ultrapassassem meu limite e sentir que estava deixando de respeitar a mim mesma por isso. Logo - como esperado de uma boa Dominante - estava em posição defensiva e me deixando levar com a comunicação mais agressiva. E para colocar as ideias no lugar e fazer meu detox mental, decidi assistir mais um vez Fadas da Limpeza.


Oh-Sol em muitos momentos durante a trama, tinha a opção de agir na defensiva mas optou em se conter para não ter nenhuma atitude que possa se arrepender depois. Usou muito da sabedoria e pensar muito antes de agir. Mas dessa vez, além da Oh-Sol, Dr. Choi me fez pensar muito com sua postura frente a situação em que se deparou, aceitar que uma situação quando percebeu que não teria mais solução. E precisei fazer isso, aceitar. 

Nem sempre é fácil aceitar uma situação, principalmente que nos sentimos invadidos e injustiçados de alguma maneira. E Fadas da Limpeza me fez refletir isso, que preciso aceitar e ter maturidade para lidar, não digo que fico feliz e satisfeita com isso - Logo que não - mas está me ajudando a lidar com os sentimentos desagradáveis que surgem e pensar com um pouco mais de empatia. 


Para mim foi uma lição preciosa sobre como a persistência pode trazer bons resultados quando usamos ela para algo positivo, nos dá energia para mantermos a disciplina e suportarmos as dificuldades que aparecem. Quando pensamos nisso com um pouco de afeto, empatia e amor, conseguimos nos abrir e ver a vida com um pouco mais de alegria, mesmo que seja em momentos de cuidado como a limpeza de casa. 

Devemos colocar pequenas pitadas de felicidade em nosso dia a dia, seja conversar com um amigo ou amiga querida(o), seja colocando uma música que gosta quando for lavar a louça ou tomar um banho. Ver as adversidades como oportunidades de aprender e entender que nem sempre tudo acontece como e quando queremos, mas acontece na hora que precisamos. Para quem gosta desse estilo de série, vale o tempo, me tirou bons pulinhos do sofá e expressões de surpresa!


Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋