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O que aprendi assistindo Fadas da Limpeza na Netflix

Um dos meus hobbies favoritos é assistir a Doramas Coreanos, adoro os dramatizações e a trilha sonora que parece se encaixar perfeitamente. Acredito que tenha vindo pela minha paixão por animes, quem sabe escrevo sobre isso no futuro e sobre alguns que já assisti. E migrei para os doramas e dei uma pausa nos animes, até porque também tenho outras atividades que preciso realizar e me impossibilitam de assistir mais episódios seguidos. 

Como muitas coisas na vida, gosto é algo que não se discute e devemos respeitar as escolhas de cada um. Dos vários que assisti há alguns favoritos, pelo roteiro principalmente a lição que ele passa, seguido da trilha sonora que encaixa perfeitamente. Hoje vim falar sobre o Fadas da Limpeza. E não contém spoilers, animem-se e assistam, depois me comentem o que acharam. 


Um drama romântico com situações polêmicas e beijos calorosos, traz várias lições importantes sobre paciência, persistência e dedicação. Gostei tanto da história que assisti várias vezes, e as vezes tenho a sensação de que Fadas da Limpeza me diz sobre o que eu preciso repensar e refletir. Vou contar sobre o que repensei e refleti depois de mais uma vez que assisti. 

Tolerância foi a virtude da vez, Oh-Sol passa muito bem essa lição junto com Dr. Choi. Tolerar é uma atitude que envolve muita maturidade de quem o faz, além da tolerância me fez pensar também sobre aceitação sem permitir que o próprio limite fosse ultrapassado e esquecer amor próprio. E era exatamente o que precisava ver por esses dias. 

Com uma situação pessoal, me deparei com essa situação, me vi intolerante e permitindo que as pessoas ultrapassassem meu limite e sentir que estava deixando de respeitar a mim mesma por isso. Logo - como esperado de uma boa Dominante - estava em posição defensiva e me deixando levar com a comunicação mais agressiva. E para colocar as ideias no lugar e fazer meu detox mental, decidi assistir mais um vez Fadas da Limpeza.


Oh-Sol em muitos momentos durante a trama, tinha a opção de agir na defensiva mas optou em se conter para não ter nenhuma atitude que possa se arrepender depois. Usou muito da sabedoria e pensar muito antes de agir. Mas dessa vez, além da Oh-Sol, Dr. Choi me fez pensar muito com sua postura frente a situação em que se deparou, aceitar que uma situação quando percebeu que não teria mais solução. E precisei fazer isso, aceitar. 

Nem sempre é fácil aceitar uma situação, principalmente que nos sentimos invadidos e injustiçados de alguma maneira. E Fadas da Limpeza me fez refletir isso, que preciso aceitar e ter maturidade para lidar, não digo que fico feliz e satisfeita com isso - Logo que não - mas está me ajudando a lidar com os sentimentos desagradáveis que surgem e pensar com um pouco mais de empatia. 


Para mim foi uma lição preciosa sobre como a persistência pode trazer bons resultados quando usamos ela para algo positivo, nos dá energia para mantermos a disciplina e suportarmos as dificuldades que aparecem. Quando pensamos nisso com um pouco de afeto, empatia e amor, conseguimos nos abrir e ver a vida com um pouco mais de alegria, mesmo que seja em momentos de cuidado como a limpeza de casa. 

Devemos colocar pequenas pitadas de felicidade em nosso dia a dia, seja conversar com um amigo ou amiga querida(o), seja colocando uma música que gosta quando for lavar a louça ou tomar um banho. Ver as adversidades como oportunidades de aprender e entender que nem sempre tudo acontece como e quando queremos, mas acontece na hora que precisamos. Para quem gosta desse estilo de série, vale o tempo, me tirou bons pulinhos do sofá e expressões de surpresa!


Até a próxima. Te vejo na terapia.


💋💋 

De todos os loucos do mundo ...

Esses dias mexendo nas minhas playlist do Spotify, percebi em como meu estilos musical é eclético mas que varia de acordo com meu humor e estado de espírito, e rolando a tela para ver as músicas de playlists antigas, me deparei com uma música que é bem a cara de uma adolescente que está conhecendo o Universo dos Relacionamentos com todos os seus altos e baixos. A música se chama De todos os loucos do mundo eu quis você, da Clarice Falcão.

Me fez pensar em como é engraçado nosso coração, como não temos como controlá-lo... Quando ele escolhe não adianta. Não só ele, mas como nosso corpo também escolhe, no toque, no cheiro, no olhar, também na conversa e energia. Mesmo que nossa razão nos faz pensar nas consequências e nos tente impedir alguma coisa, quando sentimos que é de verdade saímos enfrentando tudo e todos. De "N" formas diferentes, pode ser mais extravasado ou mais sereno, mais chamativo ou mais discreto, mais dramático ou mais romântico... Mas cada um tem seu toque especial, com sua subjetividade.


E penso que a música não é somente sobre - de todos os loucos eu mundo eu quis você- , mas também sobre - De todos os loucos do mundo você me quis ! -, todos os relacionamentos são vias de mão duplas, ou seja, ambos precisam fazer sua parte e ceder quando necessários. Todos errados mas também buscamos sempre tentar acertar. Quando um não quer dois não brigam  ditado simples, clichê e muito verdadeiro. 

Em uma época onde a liquidez dos relacionamentos nos faz pensar apenas com o viés de ganhar ou perder, para cada ganho há uma perda, para cada realização um preço. O viver juntos é por causa de e não a fim de, a afinidade e intimidade se tornaram coisas difícil de lidar, conviver, e passamos a ter cada vez mais Relações de Bolso. São mais fáceis e simples de resolver.

Como eu disse, um relacionamento são dois em prol de um objetivo, é o Eu e Você para um Nós. Compreendo que nos tempos de hoje o Amor pode ser, e frequentemente é, tão aterrorizante quanto a morte, pois mesmo que tenha-se anos juntos, nunca saberemos se podemos estar plenos e verdadeiramente seguros com a incerteza que permanece. Estar em um relacionamento é estar disposto a conviver com a incerteza de ter feito a coisa certa no momento oportuno.



O fracasso dos relacionamentos é muito frequentemente um fracasso na comunicação. Muitos problemas ocorrem pois o outro e até nós mesmos, não assumimos nossa responsabilidade com tal situação, e aquilo vira uma discussão onde dedos são apontados e distanciamentos criados, tornado cada vez mais distante o sentimento. Seria tão mais fácil se conseguíssemos aceitar nossos defeitos e pedir compreensão e até uma ajuda com quem partilhamos a rotina. Seria mais fácil a convivência e os relacionamentos seriam mais duradouros.

Há erros que são bem difíceis de aceitar e quase sempre são eles quem nos causam os maiores frustações. Tudo bem em querer romper e se separar por ter dificuldade de lidar com eles, somos seres humanos e temos nossa individualidade. São consequências, com atitudes e valores necessários para o bem estar de nossa saúde mental. 

O casamento hoje, traz a tona nossa disponibilidade e maturidade para com os defeitos do outro, há sim aquele que concorde com você e tenha a mesma sintonia no diálogo, paciência, respeito e cumplicidade. E sim, é possível encontrar alguém assim ! Demanda honestidade com você mesmo(a) e parcimônia em suas ações. Terapia ajuda muito a melhorar isso, eu que o diga !


 Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Identificações

Uma história linda, que nos faz pensar muitas coisas junto com ela... A vontade de viver a vida com amor, valorizando a natureza, valorizando as pessoas, suas qualidades e sua humanidade, valorizando os animais, as plantas, estações do ano, com Autencidade... E de viver sendo amada da forma mais pura e sublime, sem interesses, sem mentiras, simples como uma flor que nasce num pasto, inocente. Essa foi minha experiência assistindo o filme - O Conto da Princesa Kaguya de Isao Takahata -.

Indicado ao Oscar de 2015 como Melhor longa metragem, uma produção do Studio Ghibli, um dos meus favoritos em produções de animações japonesas, tanto pela qualidade da animação, mas principalmente pelos roteiros, com lições e mensagens implícitas fantásticas.


Quando vi a história do filme me identifiquei muito. E conclui que um dos meus maiores desejos - e acredito ser de muitos outros - é poder viver assim, sem medo de ser quem sou, valorizar cada pequeno milagre do dia a dia que Deus realiza, amar e ser amada, sem temer a incerteza, com Autenticidade... Fazendo parte da dinâmica dádiva da vida e concretizando que cada momento é único e precioso. Cheguei a me emocionar em alguns momentos do filme.

A sensação que sentir foi de uma vontade de sair e falar o quando amo as pessoas ao meu redor sem temer as lágrimas de felicidade, de falar o quanto sou grata por existirem, cuidarem de mim e me aceitarem, de mostrar pra elas a graça da vida, de concretizar ainda mais a ideia que não é preciso todo dinheiro do mundo para ser feliz, de gritar aos quatros cantos do mundo que a vida é linda e que parem de estragá-la. 

De mostrar que amar não doí - tanto a si mesmo quanto o outro - , que ser honesto não doí - tanto consigo mesmo quanto com o outro -, que pedir perdão faz bem, que se existem problemas existem soluções, de agradecer a Deus por ser saudável e poder apreciar todos esse milagres. De pular, de rir até a barriga doer, de dançar até as pernas doerem e de chorar, não de tristeza, mas de felicidade e alívio.



Mas não tenho tal liberdade integral, se eu fizesse isso possivelmente pensariam que algo estava errado... A princesa viu isso... Eu vejo isso... Vivemos num mundo onde não somente o poder aquisitivo comanda mas também a opressão quando agimos com Autenticidade, as mentiras se enraízam, somos objetos que precisam pedir permissão para viver, para sentir e perceber, para ter um lugar na sociedade. Quando somos crianças ainda temos a desculpa da idade, mas quando chegamos na adolescência e caminhamos para se tornar um jovem adulto isso muda.

Precisamos de aprovações dos outros, o que conta é o todo e não o particular... E o que resta? 
Resta apenas fragmentos do que um dia era chamado de autenticidade. Hoje buscamos recuperar em nossos filhos e crianças do convívio, recuperar também a inocência da brincadeira, a curiosidade em descobrir o mundo e comemorar pequenas conquistas. O mundo e suas sociedades se esqueceram do que é Ser e vivem apenas o Ter.



Há uma resistência e urgência para que nos encaixemos em um rótulo, uma necessidade social que nos definirmos para conquistarmos um lugar ao Sol. Precisamos nos modificar para caber e não pertencer. E isso nos desmorona, como desmoronou Kaguya. O filme traz mais o peso disso em cima das mulheres, mas não podemos descartar os homens em Era de Masculinidade Tóxica.

Acredito na geração que está surgindo, da minha filha e de 10 anos antes dela, acredito que essas gerações irão nos ensinar valores antes esquecidos e deixados de lado por parecerem "bobeira", mas que são fundamentais para se tornar um adulto saudável. É um desafio e tanto para nós pais, mas o resultado valerá tudo isso e nos ensinará mais do que ensinamos.

Filmes como este fazem a mim como mãe, pensar em que futuro quero para minha filha, dos valores que quero que ela carregue e virtudes que ela construa. Pensar sobre se minha atitudes estão fazendo ela florescer ou desmoronar, se estou sendo para ela um lugar seguro ou um lugar de medo. Além de me fazer refletir as perdas e mudanças desagradáveis que precisei fazer como me encaixar e agradar um terceiro. 

Isso dá um bom assunto para levar para terapia e pensar nas consequências dele. 

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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Transitoriedade



As vezes nos sentimos tristes e um pouco angustiados quando acaba algo, seja material seja no campo dos relacionamentos. Por exemplo, quando mudamos de emprego e no período de adaptação no outro sentimos a falta do emprego anterior, bate aquela sensação chata, sem explicação. Momentos assim também de enquadram no Luto.

Luto, para a psicologia é um incógnita, não há uma explicação concreta que explique tal fato, tanto que se fala processo de luto... Em várias das minhas incursões pelos conhecimentos Freudianos vejo mais e mais coisas, uma delas hoje foi a Transitoriedade, segundo Freud (em minha visão) é a parte final do luto, quando tomamos consciência que podemos e precisamos no apaixonar, procurar novos prazeres quando perdemos algo ou alguém que era o objeto disso. 



Penso que está muito ligado com a nossa capacidade de contemplação, pois quando sabemos contemplar e ser gratos com nossa saúde, ego, amor, quando estamos em paz de espírito, conseguimos ver o quando foi bom enquanto durou sem se sentir culpado. São poucos que conseguem desenvolver a maturidade suficiente para compreender essa visão e agir conforme tal. 

A transitoriedade passa a ser vista de forma mais suave e necessária, como por exemplo, um casamento que a morte os separou, saber pensar nessa separação como algo que era pra acontecer que agora é hora de começar de novo, de uma nova forma com um outro alguém ou então consigo mesmo. Passar a se lembrar do outro de forma grata, lembrando nos ensinamentos que teve das lições que deu, dos momentos de risos, e isso não doí, se torna uma lembrança boa e consciência de que passou e você é grato por ter aproveitado da melhor forma.

Não é impossível aprender a pensar dessa maneira, mas requer disponibilidade de quem deseja aprender. Disponibilidade em se abrir para compreender, aceitar aquilo que não tem controle e fazer o que precisa ser feito mesmo que não seja aquilo que goste. Vivenciar isso pode gerar até um certo medo, ele faz parte do enfrentamento.

No decorrer de minhas vivências percebi que a transitoriedade é sinônimo do dito -"precisa perder pra dar valor"- porque é depois de um luto (seja qual for), que passamos a ter consciência que tudo passa e que temos que aproveitar cada segundo. Preocupar-se menos com bens materiais, amar mais a si mesmo de forma justa, amar a natureza e acima de tudo ser grato.

Algumas mudanças estão acontecendo e não há como fugir do processo de luto. Faz parte e são por meio deles que aprendemos lições valiosas sobre resiliência e orientações positivas para o futuro.

Até a próxima. Te vejo na terapia.


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