Esses dias, mexendo nas minhas playlists do Spotify, percebi como meu gosto musical é eclético e varia bastante de acordo com meu humor e estado de espírito. Rolando a tela para ver músicas de playlists antigas, encontrei uma canção que me transportou diretamente para a adolescência, quando a gente começa a descobrir o universo dos relacionamentos e seus altos e baixos. A música é “De todos os loucos do mundo eu quis você”, da Clarice Falcão.
Ela me fez pensar em como é curioso nosso coração — e como é difícil controlá-lo. Quando ele escolhe alguém, simplesmente escolhe. E não é só o coração: nosso corpo também sente, no toque, no cheiro, no olhar, na conversa, na energia. Mesmo que a razão tente nos alertar sobre as consequências, quando sentimos que é real, vamos com tudo — cada um à sua maneira, com sua intensidade e subjetividade.
Mas essa música não fala só sobre “eu te escolher”, e sim também sobre “você me escolher”. Relacionamentos são vias de mão dupla. São feitos de entrega, escuta e troca. Todos erramos, todos tentamos acertar, e por mais clichê que pareça, o ditado ainda é verdadeiro: “quando um não quer, dois não brigam”.
Vivemos tempos líquidos, como já dizia Bauman. Os relacionamentos estão cada vez mais frágeis, moldados por ganhos e perdas imediatas. Intimidade e convivência passaram a ser vistas como difíceis demais. Criamos relações de bolso: simples, rápidas, descartáveis. Mas relacionamento verdadeiro é o “eu e você” construindo um “nós”.
Amar, hoje em dia, pode ser tão assustador quanto qualquer outra incerteza. Porque, mesmo com anos ao lado de alguém, nunca temos certeza de tudo — e tudo bem. Estar em um relacionamento é estar disposto a conviver com dúvidas, aprendizados e reconstruções constantes.
O fracasso de muitos relacionamentos está, quase sempre, na comunicação. A dificuldade em assumir responsabilidades, a resistência em pedir ajuda, o medo de parecer frágil... Tudo isso vai criando barreiras. Talvez, se conseguíssemos conversar mais, com mais honestidade e empatia, as convivências fossem mais leves e duradouras.
Nem sempre é possível continuar. Às vezes, a ruptura é o melhor caminho para preservar a saúde emocional. E tudo bem também. Mas é importante reconhecer que, sim, existem relações possíveis, maduras, respeitosas — que exigem esforço, mas que também valem a pena.
Terapia ajuda muito a compreender tudo isso. Eu que o diga!
Até a próxima. Te vejo na terapia.
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